O professor Marcos Marra Neves, que explica sua condição de saúde neste vídeo, suicidou-se no último dia 16.
Mesmo com dores contínuas, o covarde "perito" da Secretaria de Educação do igualmente covarde desgovernador Geraldo Alckmin negou sua licença saúde.
Com suas dores e dopado de medicamentos, o professor Marcão retornou à escola no dia 10 de fevereiro. Deste dia até segunda feira passada tentou explicar à também covarde gestão da E.E. Gustavo Piccinini (Limeira) suas limitações. Seu único pedido era para que a vice Diretora lhe desse um horário com poucas aulas por dia. Era sua única chance de conseguir retornar.
Seu pedido foi negado.
Embrutecidos pela submissão à um governo indefensável, gestoras e gestores das Escolas da Rede Pública do Estado de São Paulo tornam-se cruéis e agarram-se aos seus pequenos poderes, alimentando-se do desespero e da humilhação de professores, alunos e funcionários.
Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer com algum de nós.
O professor Marcos Marra, de 48 anos, professor da Rede Estadual há 23 anos, morava sozinho com seus cachorros e gatos. Tendo sua licença negada e na impossibilidade de ser admitido por qualquer outra instituição devido à sua condição de saúde, acometido de fibromialgia, dor crônica, gota e depressão, o professor não viu outra saída a não ser ceifar a própria vida.
Eu não conheci o professor Marcos Marra, mas como ele há milhares de profissionais nas escolas da rede estadual. Muitos definhando dia após dia. Outros, a beira do precipício neste moedor de carne humana que é a Educação Pública do Governo de São Paulo.
Descanse, professor. Agora o senhor pode descansar.
Aos que ficam cabe decidir se transformarão esta triste realidade ou se seguirão aguardando a próxima morte. Esperando sua vez.