sábado, 27 de agosto de 2016

Antônio Justino, Prof. Tonhão, enfim, aposentado. Pelo INSS, por idade, mais de 65 anos, com contagem de tempo de serviço, no caso, mais de 30 anos de pó-de-giz. Por volta de 3 mínimos.


Antônio Justino, Prof. Tonhão, enfim, aposentado. Pelo INSS, por idade, mais de 65 anos, com contagem de tempo de serviço, no caso, mais de 30 anos de pó-de-giz. Por volta de 3 mínimos.

(Quando paramos de ler, criticar e escrever, pouco ou nada nos resta)

         Foram 15 anos sem salário, desempregado, vivendo da solidariedade de centenas de companheiros (as). Retribuo com minha gratidão. Esta aposentadoria legitima a luta frontal com o aparato estatal; primeiro, enfrentando o demagogo e neoliberal Mário Covas, depois, os tribunais reacionários de São Paulo e o STF de Brasília. Recorri, sem ilusão, aos dois aparatos para mostrar aos companheiros (as), ainda inexperientes ou iniciantes na militância política, que o combate à burguesia não se dá via judiciário. É sobretudo nas ruas, nos locais de trabalho, de estudo, de moradia, pela base, construir algo sólido, com suor, algo para desarmar a burguesia de sua histórica tradição de seduzir e assediar como forma de perpetuar a dominação.
         Descarto intervenção parlamentar, expressão do voto dito democrático, que nada muda. Ou melhor, como sugere o filme de Visconti, o “Leopardo”, “é preciso que algumas coisas mudem para que tudo continue como está”. O partido reformista que estava administrando os bens da burguesia se encontra de bruços, porém isso não quer dizer que não vão insistir nessa farsa do voto, nessa farsa do estado democrático de direito. Trata-se de asquerosos oportunistas, tão burgueses quanto o que foi gestado e parido por eles. Será muito custoso, mas não impossível superar o retrocesso, verdadeiro pântano político. Para nós a estratégia só pode ser o socialismo, porém a tática e método de luta devem ter como espelho as ações materiais da juventude de junho de 2013 ou nas ocupações de escolas de 2015. Ou ocupações de fábricas, resposta ao desemprego, arrocho, inflação.
         A essa juventude dedico esse poema:

 “ A História não dorme / Na quietude/ Das poltronas/ Que refestelam a bunda/ Dos burocratas e oportunistas de plantão/ Ela é inquieta/ Tem insônia/ Não dorme/ Ela prefere a inquietude das ruas/ Neste momento/ Neste exato momento/ Ela não dorme/ Ela observa atentamente/ Os estudantes que ocupam as escolas/ Não para reforma/ Mas para revolução/ Na frontalidade da luta direta/ Esta história inquieta/ Inquieta o sono/ Dos burgueses que/ Na calada da noite/ Conspiram contra o sono/ Dos que dormem/ O sono justo mas não ingênuo/ Dos que constroem/ A verdadeira História.

         Estou doando meus livros a quem se interessar, sempre estudei em escola pública, do antigo primário à Universidade, não é justo vender quem sempre me acompanhou pela vida afora, quem sempre me fez consciente diante de um mundo aparente, aos meus livros minha gratidão, confiante e com certeza de que só haverá mudança pelo conhecimento, não qualquer conhecimento, mas o conhecimento que nos fortalece cultural e ideologicamente, rumo a uma sociedade que sintetize pela negação o fim desse capitalismo monopolista, útero de seres sociais vazios, consumistas e individualistas.
         Estou colocando à disposição dos que se interessam por cinema todo o meu acervo, bastando para isso trazer os DVDs para serem gravados, na hora. São por volta de 1700 títulos, com a seguinte condição: 1)reproduzir e passar para frente, tal como os livros, que, amontoados em bibliotecas, pouca utilidade terão, se não estiverem em circulação; 2) para serem vendidos, somente para organismos revolucionários fazer finanças, ou, e aí outrora já me incluí., para os desempregados que possam sobreviver, pirateando e vendendo um produto eficaz para combater o obscurantismo cultural e alienação. A este acervo muito devo, não só pelas finanças mas pelo que aprendi com os que curtem e valorizam o cinema como atividade não só cultural, mas educativa. O cinema que nos faz reconhecer e se autodefender como classe social para superar a opressão.
         Ao movimento sindical dos professores, crítica e reflexão. Assim como o PT gestou e pariu Temer, a oposição na Apeoesp, ressuscitou, das cinzas, Bebel e sua camarilha. Das cinzas, pois, ao final da greve de 2000, Bebel estava, para ser preciso, não queimada, mas inteiramente torrada. Óbvio, politicamente. Essa oposição é débil, demasiadamente débil, não só pelos poderes míticos. Comprovação prática, por exemplo, as subsedes da Capital e Grande São Paulo, mais combativas, para citar somente três, Sul/ Santo Amaro, Guarulhos e Lapa, que trabalho sindical têm atualmente que as diferenciem das demais, em particular, as do interior, curral eleitoral de sindicalistas, que dirigem e digerem a grana para fins eleitoreiros?
         Sempre tive companheiros (as),  próximos, da Oposição, mas nunca, em momento algum abri mão das críticas , às vezes amargas e duras, como as que fiz na última assembleia da greve de 93 dias. Estas críticas sempre tiveram o objetivo de alertá-los da sedução, do assédio da direção majoritária (acesso a penduricalhos e outros confortos materiais). No entanto, pouco valeram minhas reflexões. A oposição se incorporou totalmente à estrutura burocrática e corrupta da corrente majoritária que dirige a Apeoesp. Virou suco, foi totalmente absorvida, não tem nenhuma proposta para tirar os professores do marasmo e conjunto de derrotas que acumularam de 2000 para cá. Costumo ouvir da oposição que os professores são pelegos e outros desqualificativos. No entanto, como aderir à greve, tendo de um lado um fascista como Alckmin, com a mesma política do sindicato de sedução e assédio, expressa nos bônus; de outro, um sindicato ultrapelego, que em novembro, fará um congresso em Serra Negra, com sedução e assédio, expressos em três dias de lazer, confortavelmente instalado em hotéis de 3,4 e 5 estrelas?  Em vez dessa gastança com Congresso diversionista, que tal investir esses milhões de reais em fundo de greve? A saída? Tomar as escolas, pela base, com organização expressa e espelhada no duro  trabalho das formiguinhas, através dos conselhos de escola. Aos que lutam por autonomia, esse é um bom caminho. Comprovado na prática, na escola Artigas em Diadema. Um forte abraço do Companheiro Tonhão. Contato: ajrevoluta@gmail.com



quinta-feira, 26 de maio de 2016

Brasil - Um país doente...

Por Professora Georgia Cristina Jacinto

          Ontem, eu soube do estupro de uma senhora de 78 anos de idade próximo a uma das escolas onde trabalho, e também a tentativa de estupro de uma colega. E, ao chegar em casa, uma avalanche de notícias, dentre as quais, um estupro coletivo de uma jovem de 16 anos por mais de 30 homens e de um estuprador no Ministério da Educação.
          O Brasil está doente, tornou-se um país psicótico, psicopata. Um país onde 30 homens estupram uma criança de 16 anos de idade, a ferem, a humilham e nada fazem para interromper ou denunciar. Um país onde inúmeras pessoas postaram, compartilharam e riram dos vídeos e fotos que divulgam o estupro de uma criança desacordada. Um país onde milhões dizem que um homem que faz apologia ao estupro é mito. Um pais onde um estuprador é o conselheiro do Ministério da Educação. Um país onde um juiz do Supremo Tribunal Federal concede habeas corpus a um estuprador para que tenha tempo hábil para fugir do país. Um país onde milhões seguem um garoto que faz apologia ao estupro de lésbicas por meio de comentários grotescos sobre a libido da mulher. Um país que faz propaganda na TV da cultura de estupro para vender cerveja. Um país que tem milhões de seguidores em páginas machistas que fazem apologia ao estupro. Um país onde milhões assistem a uma novela global que romantiza a pedofilia e o estupro de menores. Um país que estupra politicamente a própria presidenta. Um país que milhões compartilharam e riram do estupro simbólico da presidenta por meio de imagens e adesivos. Um país que canta e dança a apologia ao estupro. Um país que idolatra humoristas que fazem "piadas" de apologia ao estupro. Um país onde milhões seguem um apresentador de TV que oferece turismo sexual aos estrangeiros. Um país que sacrifica uma mulher inocente para garantir a roubalheira de mais de 500 homens. Um país onde milhões nesse momento estão condenando a garota: "ela sabia o que estava fazendo, por que não ficou em casa, ela pediu, quem mandou sair com aquela roupa, não era inocente...". 
          Antes do capital, o problema do Brasil é o patriarcado. O patriarcado é o capitalismo, um sem o outro não se sustenta.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Bônus na Educação Paulista- O mundo está desabando, mas o importante é seguir o currículo!

Por  Christian Longhin

O mundo está desabando, mas o importante é seguir o currículo!

Em que universo vivem a maioria dos gestores escolares da rede pública estadual de SP? As escolas estão sem impressora, sem papel higiênico e, em alguns casos, sem giz!! Sim, eu disse sem giz. O governo passou um facão no começo do ano, cortando uma grande parte dos coordenadores. Estamos há dois anos sem reajuste salarial, nosso plano de carreira é inexistente, as condições de trabalho são cada vez mais difíceis, situação essa que também os atinge diretamente.
Mesmo diante de uma situação caótica, desumana e de extrema proletarização de nossa condição, esses caras defendem sistematicamente a politica do governo. Esvaziam toda possibilidade de emancipação e autonomia dos docentes, funcionários e estudantes. Professores e alunos que procuram se organizar na escola e oferecer resistência aos desmandos tucanos, são imediatamente repreendidos, chamados de radicais. Não percebem que radical é o estado. É o estado que nos mutila diariamente.Tentam silenciar os poucos professores de luta a todo custo. Secundaristas que ocuparam as escolas são perseguidos e criminalizados.
O mais impressionante de tudo é o preço aceito para rasgarem todas suas convicções (se é que algum dia as tiveram).
R$852,00, uma cadeira confortável e uma garrafa de café quente e bolacha de água e sal sobre sua mesa, compram a fidelidade dessas pessoas, que passam a reproduzir como um mantra o discurso que sai das bocas de dirigentes regionais e supervisores de ensino. A busca por uma educação emancipatória, que vise o exercício pleno da cidadania, tão evocado nos PCNs, dá lugar à capitulação.

Por uma esmola, atiram Paulo Freire diariamente na lata do lixo.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016



O professor Marcos Marra Neves, que explica sua condição de saúde neste vídeo, suicidou-se no último dia 16.

Mesmo com dores contínuas, o covarde  "perito" da Secretaria de Educação do igualmente covarde desgovernador Geraldo Alckmin negou sua licença saúde.

Com suas dores e dopado de medicamentos, o professor Marcão retornou à escola no dia 10 de fevereiro. Deste dia até segunda feira passada tentou explicar à também covarde gestão da E.E. Gustavo Piccinini  (Limeira) suas limitações. Seu único pedido era para que a vice Diretora lhe desse um horário com poucas aulas por dia. Era sua única chance de conseguir retornar.

Seu pedido foi negado.

Embrutecidos pela submissão à um governo indefensável, gestoras e gestores das Escolas da Rede Pública do Estado de São Paulo tornam-se cruéis e agarram-se aos seus pequenos poderes, alimentando-se do desespero e da humilhação de professores, alunos e funcionários.

Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer com algum de nós.

O professor Marcos Marra,  de 48 anos, professor da Rede Estadual há 23 anos, morava sozinho com seus cachorros e gatos. Tendo sua licença negada e na impossibilidade de ser admitido por qualquer outra instituição devido à sua condição de saúde, acometido de fibromialgia, dor crônica, gota e depressão, o professor não viu outra saída a não ser ceifar a própria vida.

Eu não conheci o professor Marcos Marra, mas como ele há milhares de profissionais nas escolas da rede estadual. Muitos definhando dia após dia. Outros, a beira do precipício neste moedor de carne humana que é a Educação Pública do Governo de São Paulo.

Descanse, professor. Agora o senhor pode descansar.

Aos que ficam cabe decidir se transformarão esta triste realidade ou se seguirão aguardando a próxima morte. Esperando sua vez.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Escolas estão obrigadas a combater o bullyng

Bullyng: Escolas e clubes estão obrigados a adotar medidas de combate às agressões físicas e psicológicas. E promover campanhas educativas.

Veja o vídeo com a reportagem da TVT.