quinta-feira, 24 de março de 2016

Bônus na Educação Paulista- O mundo está desabando, mas o importante é seguir o currículo!

Por  Christian Longhin

O mundo está desabando, mas o importante é seguir o currículo!

Em que universo vivem a maioria dos gestores escolares da rede pública estadual de SP? As escolas estão sem impressora, sem papel higiênico e, em alguns casos, sem giz!! Sim, eu disse sem giz. O governo passou um facão no começo do ano, cortando uma grande parte dos coordenadores. Estamos há dois anos sem reajuste salarial, nosso plano de carreira é inexistente, as condições de trabalho são cada vez mais difíceis, situação essa que também os atinge diretamente.
Mesmo diante de uma situação caótica, desumana e de extrema proletarização de nossa condição, esses caras defendem sistematicamente a politica do governo. Esvaziam toda possibilidade de emancipação e autonomia dos docentes, funcionários e estudantes. Professores e alunos que procuram se organizar na escola e oferecer resistência aos desmandos tucanos, são imediatamente repreendidos, chamados de radicais. Não percebem que radical é o estado. É o estado que nos mutila diariamente.Tentam silenciar os poucos professores de luta a todo custo. Secundaristas que ocuparam as escolas são perseguidos e criminalizados.
O mais impressionante de tudo é o preço aceito para rasgarem todas suas convicções (se é que algum dia as tiveram).
R$852,00, uma cadeira confortável e uma garrafa de café quente e bolacha de água e sal sobre sua mesa, compram a fidelidade dessas pessoas, que passam a reproduzir como um mantra o discurso que sai das bocas de dirigentes regionais e supervisores de ensino. A busca por uma educação emancipatória, que vise o exercício pleno da cidadania, tão evocado nos PCNs, dá lugar à capitulação.

Por uma esmola, atiram Paulo Freire diariamente na lata do lixo.


4 comentários:

  1. Concordo Carlos Alberto Ribeiro! O texto do Colega Christian Longuin não é generalista. Tem a intenção de alertar para um quadro perigoso dentro da Rede Estadual Paulista que por ser muito grande há diversidade de visões como você bem alertou em seu comentário.

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