sábado, 30 de abril de 2011

IBGE divulga preliminares do Censo 2010

Lembra que no ano passado pesquisadores do IBGE foram de casa em casa com uma maquininha em mãos captando dados da população. Incrível o que a tecnologia não faz. Ontem foram divulgados os primeiros dados do Censo 2010.

Incrível também é ver que, somente o avanço tecnológico não é capaz de superar a falta de distribuição de renda e a diferença entre as classes sociais.

Os dados preliminares apontam que 14 milhões de brasileiros acima dos 15 anos não sabe ler nem escrever. Isso não é pouco. Representa 9,6% da população, que agora chega a 190 milhões de pessoas.

É claro que, com tamanha desigualdade de distribuição de renda, a maioria dos analfabetos do país está no Nordeste. Sozinha região concentra 53,3% dos analfabetos brasileiros (7,43 milhões de pessoas). Lá, o índice de analfabetismo é de 19,1%. Em Alagoas chega a 24,3%.

Se olharmos os dados de 2000 veremos que houve uma grande melhora. O Censo daquele ano apontava que 33,4% da população de Alagoas eram analfabetos. Veremos também que as regiões Nordeste e Norte, que têm os piores índices são as regiões que apresentaram, percentualmente, as maiores quedas do analfabetismo.

Mas, ao analisarmos os dados do Censo de 2010, veremos que as disparidades ainda são enormes entre os estados mais pobres e mais ricos da Nação e mesmo entre as áreas rural e urbana.

Quanto tempo mais vamos ter que esperar para que o desenvolvimento econômico e tecnológico do país proporcione também o desenvolvimento social? Quanto tempo mais vamos ter que esperar para que não haja tanta diferença entre as classes sociais? Mostram o “doce” para a “criança” e não querem que ela fique com vontade de comê-lo. Depois reclamam dos furtos e roubos nos semáforos.

Taxas de analfabetismo
2000
2010
Brasil
13,6%
9,6%
Norte
16,3%
11,2%
Nordeste
26,2%
19,1%
Centro-Oeste
10,8%
7,2%
Sul
7,7%
5,1%
Sudeste
8,1%
5,5%


quinta-feira, 28 de abril de 2011

É sério, ou estou ouvindo coisas?

Ao abrir o jornal hoje, li uma chamada que me deixou impressionado: “Professor terá 1/3 da jornada fora de sala”. Trata-se de uma decisão do STF que, finalmente, obriga que se considere o tempo utilizado por professores da educação básica (ensino infantil, fundamental e médio) para o planejamento de aulas e aperfeiçoamento profissional como horas trabalhadas.

Como já relatado neste blog, no início do mês, o Supremo já havia confirmado a validade da lei que fixou o Piso Nacional para os professores.

Como naquela ocasião, recomendo cautela na comemoração. Apesar da decisão, o Judiciário poderá analisar novamente as regras que fixaram a divisão da jornada de trabalho dos professores. Isso porque não foi formada uma maioria na votação. Dessa forma, o resultado do julgamento não teve um efeito vinculante e o assunto poderá ser debatido de novo no futuro durante o julgamento de ações movidas por outros Estados ou municípios.

Vale à pena ler texto sobre esse mesmo assunto postado no blog do Luiz Araújo.

sábado, 9 de abril de 2011

Princípios inegociáveis

O blog Uma liberdade virtual publicou uma reflexão sobre “princípios inegociáveis”. Acho muito importante a discussão sobre esse assunto. Atualmente parece que as pessoas não têm muitos princípios. Ou, então, os meus valores são muito diferentes. Será que sou anacrônico? Para onde vai a sociedade?

Reproduzo abaixo a postagem, mas vale à pena acessar o blog citado. Tem muita coisa legal lá.

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Quais são seus princípios inegociáveis?

“Fonte ou causa de uma ação” Dicionário Aurélio.

“Ponto de partida; Norma de conduta; Modo de ver; opinião, parecer: Sempre fiel aos seus princípios; Doutrinas fundamentais ou opiniões predominantes: Princípios políticos.” Dicionário Michaelis.

Será que é isto mesmo? Para mim, princípio é uma coisa “hormonal” que é construída socialmente e torna-se como ponto de partida para as práticas cotidianas. Os princípios norteiam o indivíduo a partir do momento que ele é internalizado e começa a fazer sentido defendê-lo. Os meus princípios inegociáveis são justiça, igualdade, solidariedade e Indignação. Contudo definir princípios é extremamente difícil porque no fundo são sentimentos importantíssimos que carregamos e talvez as palavras não consigam expressar.

Apesar de servir individualmente esta pergunta é também necessária fazê-la para as entidades civis. Por exemplo, resolvi fazer esta pergunta no Seminário Interno da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) do Rio de Janeiro e Niterói a qual faço parte como coordenador de comunicação e a resposta foi a seguinte: “horinzontalidade entre os sócios; autonomia das seções locais; e gestão coletiva”.

Fica a pergunta para você e para sua entidade (caso faça parte de uma).

Gustavo Azevedo, Geógrafo e Educador.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Falta de vagas em educação infantil gera pedido de ação judicial contra Kassab

Texto publicado no site da Ação Educativa informa que “devido ao persistente descumprimento de decisões judiciais que determinam o atendimento da demanda por educação infantil na Cidade de São Paulo, e à ‘inequívoca ilegalidade e ineficiência’ da política educacional da prefeitura paulistana no atendimento do direito fundamental à educação infantil das crianças de zero a cinco anos, o Ministério Público de São Paulo propôs uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito da Capital Paulista, Gilberto Kassab”.


A ação, proposta pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e da Juventude da Cidade de São Paulo, é também resultado da mobilização da sociedade civil pelo direito à educação infantil, que utiliza como estratégia – além da pressão sobre os poderes Executivo e Legislativo – agir junto ao Sistema de Justiça, propondo diretamente ações civis públicas ou encaminhando denúncias para o Ministério Público e a Defensoria Pública.


Leia a petição inicial do MP.


Leia a íntegra do texto no site da Ação Educativa.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mudanças no currículo do ensino médio: Pior do que está pode ficar

Além da aprovação da Lei do Piso Nacional dos Professores e do anúncio do lançamento do material didático para corrigir falhas no ensino da histórica da África e, consequentemente, de nossa própria história, também me chamou a atenção outras duas notícias veiculadas entre ontem e hoje.


A primeira, veiculada pelo Estadão é com relação ao adiamento pelo CNE da votação sobre as mudanças no currículo do ensino médio. Na verdade, são três textos sobre esse assunto (texto 1; texto 2; texto 3).


O segundo texto, veiculado no Uol Educação, também diz respeito à educação de jovens. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008, informa que
3,4 milhões de brasileiros entre 18 e 24 anos não trabalham nem estudam.


É importante observar que as duas reportagens se complementam. Enquanto uma fala sobre as necessárias mudanças no currículo do ensino médio, inclusive trazendo o dado já conhecido de que cerca de 40% dos jovens que evadem da educação o fazem por não haver nada que lhes interesse na escola, a outra aponta o número de jovens que nem trabalha e nem estuda.


Particularmente, vejo com bons olhos a iniciativa de vincular o currículo a áreas específicas. Desde que seja para trabalhar a interdisciplinaridade e relacionar o conteúdo à vida dos estudantes. Mas, reduzir certos conteúdos para aumentar outros de acordo com o perfil escolhido pela escola, não sei se é o ideal.


Com certeza vai fazer com que, pelo menos no início, os Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) saiam das gavetas e sejam colocados em prática. Mas, questiono a formação de “especialistas”, conforme a opção feita pela escola por determinada área.


O que deve ser feito é definir o perfil exato do ensino médio. O governo, a escola, os professores, os pais e, principalmente, os alunos devem saber pra que serve o ensino médio. Hoje não sabemos se ele serve como passaporte para a universidade, como preparação profissional para o mercado de trabalho, ou se ele é a base de formação para a vida.


Não sei se reduzir o número de aulas de certas matérias e aumentar o de outras é suficiente para fazer com que os milhões de jovens desinteressados pela escola passem a ter interesse por ela repentinamente.


Se não conseguirmos fazer com que eles entendam a utilidade da educação para a vida deles, corremos o risco de privá-los de certos conteúdos que lhes seriam úteis, mas que eles atualmente não vêem sentido em aprendê-los, e acabarmos piorando a educação que eles recebem. “Pior do que está ainda pode ficar”.

Piso aprovado, mas professores ainda podem ser pisados

A categoria dos professores conquistou uma importante vitória na tarde de ontem. O STF considerou constitucional a Lei 11.738/08, conhecida como Lei do Piso (veja explicação). Essa era uma reivindicação antiga da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).


O Governo Lula havia sancionado a Lei em 2008, mas governadores entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4167) alegando que ela feria a Constituição Federal ao se intrometer em questões orçamentárias dos estados e municípios, ferindo o Pacto Federativo. Outros pediam alterações na Lei, de forma que os famigerados bônus e gratificações pudessem ser considerados no cômputo do piso, o que a lei não permite.


Foi uma vitória de batalha, mas a guerra não acabou. Ainda não é possível baixar a guarda. Um dos pontos da lei (que diz respeito à quantidade de horas a serem trabalhadas e as que devem ser reservadas para o HTP) ainda foi votado por falta de quórum para sua aprovação. Ou seja, se os professores não ficarem atentos, vão querer que o piso seja pago àqueles que estiverem 24h por dia em sala de aula.


Fonte: Uol Educação

História da África: Para corrigir falhas no ensino

Ficará pronto no segundo semestre deste ano o material pedagógico para o ensino obrigatório da história da África nas escolas da rede pública e do setor privado, conforme determina Lei 10.639, de 2003. Segundo o coordenador-geral de Diversidade do MEC (Ministério da Educação), Antônio Mário Ferreira, estão sendo elaborados livros para professores e alunos desde o nível infantil até o ensino médio e fundamental. Além disso, será disponibilizado um atlas, que relaciona a África com os demais continentes e, em especial, a ligação com o Brasil e a América Latina.

Ferreira participou hoje (6) do lançamento, em São Paulo, da coleção História Geral da África, na versão em português, no Teatro Tucarena, na PUC (Pontifícia Universidade Católica), na capital paulista.

O representante do MEC informou que será feito um resumo da coleção para ser usado nas universidades. “A partir desta obra vamos reconstruir a história do Brasil e propiciar para o ensino futuro o conhecimento sobre a história da África e dos negros no mundo. Serão homens e mulheres que vão perceber a diversidade e as reais origens da etnia social ”, disse.

Ferreira observou
 que no Brasil a história do negro é contada a partir da escravidão. “Parece que a gente nasceu no cativeiro, o que não é verdade, porque a nossa história é de um continente que teve civilizações, produziu aço, trabalhou a pedra, a cultura, a arte e a filosofia entre outras contribuições”, afirmou.

O representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, destacou que são 3 milhões de anos de história e que incluem o berço da civilização. Segundo ele, desde o lançamento da coleção em português, em dezembro do ano passado, a versão eletrônica foi acessada 30 mil vezes.

A expectativa da Unesco, segundo Defourny, é que esse trabalho seja um instrumento também de combate ao preconceito racial e de afirmação da cultura de um povo. “Os escravagistas tiraram deles a liberdade, mas não lhe tiraram a cultura, a língua e as tradições, transmitidas para as futuras gerações”.

Na opinião dele, este é o momento mais oportuno para avançar nessas questões sociais, valorizando a riqueza da cultura africana porque o Brasil vive um bom momento de expansão econômica, com democracia. Defourny defende entre outros aspectos o respeito às crenças religiosas que tiveram origem na África. “Tem de ser reconhecida essa diversidade”.

O professor da Universidade de Michigan (Estados Unidos) e membro do Comitê Científico para a Elaboração do Material Pedagógico da História Geral da África, Jean Michel Tali, também participou do ato de lançamento. Ele ressaltou que nenhum historiador contesta, hoje, que foi a partir da África que surgiram as civilizações que se espalharam pelo resto do mundo. “Foram construídos na África estados poderosos, impérios ricos, ao contrário do que se propaga, de uma população que vive em selva sem nenhuma estrutura social. Não vivemos nas árvores”. De acordo com ele, a coleção expõe realidades desconhecidas, entre elas, a do movimento das colonizações que oprimiu os povos africanos.

Fonte: Uol Educação

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Obra sobre História da África é traduzida para uso em licenciaturas

sábado, 2 de abril de 2011

As melhores coisas do mundo

Assistam o filme "As melhores coisas do mundo", direção de Laís Bodanzky. Uma escola de classe média é o cenário para abordar várias questões como formação de valores, sexualidade, adolescência, participação social etc.

O filme está disponível no Youtube, dividido em oito partes. Segue link da primeira parte.

Vejam e depois me contem... Ou me convidem pra um debate, qualquer hora dessas!