quarta-feira, 27 de março de 2013

Câmara dos Deputados aprova cuidador nas escolas para alunos com deficiência

A Comissão de Educação aprovou na quarta-feira (20) proposta que torna obrigatória a presença de cuidador em escolas regulares para acompanhar alunos com deficiência, quando necessário. A medida está prevista no Projeto de Lei 8014/10, do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que recebeu parecer favorável do relator, deputado Alex Canziani (PTB-PR).

O relator considerou “absolutamente necessária” a presença de um cuidador para garantir a inclusão e a aprendizagem de alguns alunos. “O papel do cuidador é oferecer o acompanhamento individualizado, de forma a viabilizar a mobilidade no ambiente escolar, o atendimento de necessidades pessoais e a realização de outras tarefas que não podem ser prestadas pelo professor”, afirmou Canziani.

O projeto acrescenta um parágrafo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96). De acordo a legislação atual, o ensino especial para alunos com deficiência deve ser oferecido preferencialmente na rede regular de ensino, sendo que a própria LDB já prevê a prestação de serviços de apoio especializado nesses estabelecimentos quando necessário.

Eduardo Barbosa, no entanto, quer deixar explícito na lei a obrigatoriedade da presença de cuidadores.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo* e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O texto já havia sido aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família.

Íntegra do PL-8014/2010

* Caráter conclusivo se dá quando a tramitação do projeto se dá apenas nas comissões designadas para analisá-lo, dispensada a deliberação do Plenário. O projeto perde o caráter conclusivo se houver decisão divergente entre as comissões ou se, independentemente de ser aprovado ou rejeitado, houver recurso assinado por 51 deputados para a apreciação da matéria no Plenário.


Mudanças nas exigências de formação para docentes


O professor Luiz Araújo publicou em seu blog um texto explicando as mudanças a que estarão submetidos os professores com relação à formação mínima para o exercício da profissão.

Em resumo, o texto diz que “a regra geral continua a mesma, ou seja, a habilitação mínima é licenciatura, mas é admitida na educação infantil e séries iniciais a formação em nível médio na modalidade normal.

Porém, os docentes com a formação em nível médio na modalidade normal terão prazo de 6 (seis) anos, contado da posse em cargo docente da rede pública de ensino, para a conclusão de curso de licenciatura de graduação plena. [...] Este prazo de seis anos só é válido para novos concursados, ou seja, quem tem formação em nível médio na modalidade normal e já é efetivo na data da sanção da referida lei (decisão que deve ser anunciada até final do mês), continua do jeito que está”.

“A lei não explicita o que acontecerá com estes docentes quando findar o prazo e não alcançada a habilitação exigida”.

Vale à pena ler o texto na  íntegra para saber mais detalhes.

Você apoia a desoneração de impostos para escolas privadas?


Escolas privadas de educação básica reivindicam ao governo federal a desoneração de suas folhas de pagamento para aumentar investimentos no setor.

Para especialistas, a medida só aumentará lucro do empresário sem garantir contrapartidas, como redução das mensalidades ou aumento dos salários dos professores. A coordenadora geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Peixoto, diz que o principal problema é que a proposta não obriga as escolas particulares a oferecerem contrapartidas pela redução de impostos. “O argumento é que a desoneração permitiria aumentar os investimentos, mas não deixa claro em quê. Pode ser no prédio, para aumentar o lucro do empresário, sem que ele tenha de baixar mensalidades, melhorar salários ou diminuir o número de alunos por sala, por exemplo.”

A presidente do sindicato dos professores da rede estadual paulista (Apeoesp) e integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Izabel Noronha, concorda em parte com essa opinião. Ela defende a aplicação de verbas públicas nas escolas públicas. Porém, admite que a medida em discussão não pode ser descartada num momento em que cresce a demanda por vagas. “Temos uma demanda considerável. O ingresso de 30 milhões de brasileiros na classe média, e de outros 22 milhões que saíram da linha de pobreza, houve aumento nas exigências dessa parcela por educação, qualificação. E como se faz isso de uma hora para outra?”, ponderou.

Como se percebe, a proposta divide as opiniões. A Rede Brasil Atual publicou excelente reportagem sobre o tema. Leia a reportagem completa, se informe e, se ainda não tem, vá formando sua opinião própria. O assunto é de grande interesse das categorias da Educação e promete ferver.

terça-feira, 26 de março de 2013

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino.

OAB aciona STF pelo fim do teto com educação no Imposto de Renda


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou na segunda-feira (25) com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim dos limites para dedução de despesas com educação no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A entidade quer que a invalidação ocorra já no ano base 2012, cujo limite para dedução chega a R$ 3.091,35.

A ação, que está sob relatoria da ministra Rosa Weber, pede que o Supremo anule trecho da Lei Federal 9.250 de 1995, alterada em 2011. Em relação à educação, a norma prevê vários escalonamentos de dedução do Imposto de Renda para gastos com ensino, culminando em R$ 3.375,83 no ano-calendário de 2014. Depois deste ano, não há mais previsão.

A OAB defende que as deduções com educação não tenham limites, o que já ocorre com os gastos declarados com saúde e pensão alimentícia. A entidade pede que a regra seja suspensa imediatamente por decisão provisória antes do julgamento definitivo do processo.

Para a OAB, os limites de dedução para educação são ilegais e estão em desacordo com a realidade nacional. A entidade considera que os tetos são contrários à dignidade da pessoa humana e ao direito fundamental de todos à educação.

A lei atual prevê dedução de imposto de renda para pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes. Os valores considerados são aqueles pagos com educação infantil (creches e pré-escolas); ensino fundamental; ensino médio; educação superior (graduação e pós-graduação, ensino profissional técnico e tecnológico).

Fonte: Sul21

Se farte de cultura no feriadão


“Adorei a apresentação da programação pois,atinge todo tipo de público e mostra a seriedade do trabalho”.

Este foi o comentário de uma leitora sobre a “Agenda Cultural – Grátis” da última semana. Hoje a agenda foi atualizada.

Além da programação infantil, os adultos têm acesso a opções de cinema, concerto, dança, exposições, fotografia, shows e peças teatrais. Tudo grátis.

Se você quiser aproveitar o seu feriadão para se fartar com cultura, são muitas as boas opções. Destaco o 4º Festival Sul-Americano de Cultura Árabe e o Chorinho na Praça, no Largo do Rosário, na Penha (São Paulo). Veja a programação completa.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O silêncio


Os textos abaixo foram publicados pelo professor Raimundo Justino no grupo Faces da Escola, do Facebook.

Além da preocupação com a educação, os dois têm em comum a palavra silêncio. Mas, em duas situações e com personagens distintos.

No primeiro texto, ele fala sobre a busca incessante de todo professor pelo silêncio dos alunos na hora em que busca dar alguma explicação. No segundo, fala sobre a busca pelo silêncio por uma aluna que queria entender o que o professor explicava, mas não conseguia devido à bagunça dos seus colegas. Mas, de todos os silêncios, o que mais me incomodou foi o dos professores, que se negaram a incentivar a aluna que foi à luta em busca de silêncio. Lembrou-me o “exemplo” do filme Escritores da Liberdade, no qual uma professora fazia de tudo para tentar conseguir dar uma boa aula e os demais professores faziam de tudo para que ela não conseguisse. Isso é consequência da desunião da categoria? Ou do desânimo e falta de esperança na melhoria da educação? Ou da falta de confiança e apoio aos estudantes?
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MARTELO, BIGORNA E ESTRIBO

Uma vez vi o Rodrigo Ciríaco, em uma entrevista, falando sobre a dificuldade de ter o "seu" silêncio na sala de aula. De fato, existe uma cultura escolar que enterrou quase por completo a possibilidade de um professor falar e ser automaticamente ouvido.

Vejo isso como um problema sério. Afinal, todos nós, de um modo ou de outro, gostamos de ter a atenção das pessoas. Se um professor se acostuma a falar e ser ouvido apenas por meia dúzia de pessoas(o que significa o prejuízo da mensagem, pois o ruído de todos os demais afetarão esse diálogo), ou ele não se importa com o desempenho dos alunos ou, simplesmente cansou, auto-preserva-se para não ficar doente ou aumentar sua frustração. Se ele não é ouvido por nenhum aluno, então, sua dignidade está em frangalhos.

Digo isso e acho importante ressaltar que na minha experiência, esse não-silêncio permeia todos os tipos de aula e independe da metodologia proposta; o barulho reina nas aulas expositivas clássicas, nos debates, nos trabalhos em grupo, nos seminários, nos filmes... a cultura do barulho domina a escola.

Salas aonde há professores, aliás, quase sempre reproduzem isso.

Quase sempre meu discurso de apelo ao silêncio é:

"Por que não ouvir? Por que vocês acham que a gente pode aprender sobre o mundo trocando ideias, conversando, sem precisar copiar da lousa ou responder perguntas óbvias do livro didático? Por que pessoas mais velhas ouvem e aprendem coisas, como é o caso do Costa Senna e da Tomie Ohtake?"

Quase sempre há também um silêncio como resposta. Não sei de incompreensão, não sei se de desprezo... até a recomeçarem a barulheira e a busca pelo "meu" silêncio...
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POBRE GALINHA

Antes de tudo, peço desculpas pelos erros de digitação... tenham certeza, é o cansaço!

Dia desses meu amigo Saulo Ferreira comentou aqui que sentia-se um escravo por ter que corrigir provas oficiais do governo. Para piorar, a credibilidade destas avaliações é cada vez menor, porque elas são repetitivas e feitas de cima pra baixo.... ter parâmetros é importante, mas o modelo que temos no governo do estado é pífio, não funciona e muitas vezes atrapalha...

O que acontece, porém, é que quando as provas chegam, todos sentam e fazem o serviço sem reclamar... a cena me lembra uma sala de aula, quando os jovens fazem uma tarefa absolutamente por fazer, na qual não veem (muitas vezes com razão), sentido algum...

A Rebeldia na Educação está semi-morta. Semi.

Ontem, uma aluna da oitava série desceu à Direção. Sua reclamação: ela queria ouvir o professor na aula de Ciências, mas três colegas não paravam de zoar e não deixavam. A coordenadora acolheu a reivindicação e subiu para conversar com a sala. Na sala dos professores, que ouviam passivos sobre o ocorrido, comentei:

"Ótimo... que tal se a gente chamasse essa menina e a elogiasse coletivamente? Se a gente se une pra criticar um aluno, por que não pra parabenizar...?"

Pegaram a sugestão, mataram-na, comeram-na e, sob silêncio, passaram-se anos...

Prefeitura de SP vai ter plano para evitar falta de professores


Em 2012, cidade registrou 903 mil ausências por motivos de saúde, uma média de 15 faltas por ano

Para atenuar a falta de professores na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação vai criar um grupo de trabalho em conjunto com as Secretarias de Saúde e de Planejamento para enfrentar o problema. No ano passado foram registradas 903 mil ausências por motivos de saúde.

Os 60 mil professores da rede faltaram, em média, 15 dias no ano passado por problemas de saúde. "É uma anomalia que precisa ser resolvida se queremos uma educação de qualidade", afirma o secretário de Educação, Cesar Callegari.

Para subsidiar o trabalho, a pasta vai fazer um censo dos professores e mapear as condições de trabalho nas escolas para melhor entender a incidência das doenças que acometem os docentes, como estresse, diabete e pressão alta.

"Há professores que chegam a trabalhar com até 40 alunos na faixa etária de 3 anos. O maior número de licença acaba sendo por problemas ortopédicos", diz Claudete Alves, do Sedin, um dos sindicato da categoria.

terça-feira, 19 de março de 2013

Shows são destaque na agenda cultural

Com apresentações em homenagem a Elis Regina, música erudita, forró, baião, xote, xaxado e até gospel, os shows tornam a agenda cultural do blog Prioridade Educação uma consulta imperdível. O melhor é que é tudo gratuito.

Confira você mesmo na página da agenda cultural.

MIS utiliza filmes para debater o Estado e democracia


O Museu da Imagem e do Som (MIS) realiza, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas (NUPPs) e a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, o 1º Clico de Cinema e Política - razões de Estado e qualidade da democracia. O intuito é debater e avaliar os 25 anos da redemocratização no Brasil.

As reflexões de temas políticos atuais vão partir de filmes contemporâneos. Após a exibição de cada filme, acontecem debates com a participação de pesquisadores e jornalistas especializados em política.

Retirada de ingressos com uma hora de antecedência na Recepção MIS.

Veja a programação:
19 de março
Tudo pelo poder
(dir. George Clooney, EUA, 2011, 102 min, DVD)
Uma campanha eleitoral vista pelo lado de dentro é o que este drama nos oferece, com todos os percalços que ela pode sofrer numa sociedade democrática, mas complexa como os Estados Unidos.
Convidados: Prof. Edison Nunes e Prof. Dr. Renato Janine Ribeiro

27 de março
Leões e cordeiros
(dir. Robert Redford, EUA, 2007, 92 min, DVD)
A partir da chamada Guerra do Afeganistão, o enredo permite observar diferentes formas de pensar a política: como ideologia, como estratégia eleitoral ou de conquista do poder, como objeto de análise jornalística ou como matéria de pesquisa científica.
Convidados: Miguel de Almeida e Jaime Pinsky

02 de abril
Tropa de Elite 2 – O Inimigo agora é outro
(dir. José Padilha, Brasil, 2010, 118 min, DVD)
Nascimento (Wagner Moura), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina e que o buraco é bem mais embaixo.
Convidados: Prof. Dr. André Gatti e André Sturm

09 de abril
Sob a névoa da guerra
(dir. Errol Norris, EUA, 2004, 107 min, DVD)
Personagem central deste documentário, Robert McNamara foi secretário de Defesa dos governos John Kennedy e Lyndon Johnson. Presenciou, portanto, algumas das crises políticas internacionais mais agudas e cruciais do século XX. Com esse filme somos levados a encarar o fato de que na democracia contemporânea gravíssimas decisões ficam perigosamente a cargo de poucos indivíduos.
Convidado: Prof. Dr. Sergio Adorno e Prof. Dr. Antonio Pedro Tota

Mais informações:

A juventude e sua “rebeldia”


Há pouco postei aqui neste blog um texto falando sobre a necessidade de incentivar as crianças a levantar os mais diversos tipos de questionamentos sobre a maior quantidade de coisas possíveis, uma vez que isso pode contribuir muito para seu desenvolvimento cognitivo. Mas, algumas pessoas podem considerar que, criar uma criança “questionadora” pode ser perigoso. Preferem criar “amebas”. Depois reclamam que não existe ascensão social, que a “educação” que se recebe na escola não contribui em nada para os jovens.

Pois bem, acabo de ler um texto, publicado na “Tribuna do Planalto”, no qual o sociólogo Luís Antônio Groppo fala sobre a importância de a escola ensinar a “boa rebeldia” aos jovens.

É mais ou menos da mesma forma que funciona com as crianças. Queremos crianças e jovens “bem comportados”, que não questionem as autoridades e as situações/realidades que lhes são postas por estas autoridades (adultos). Depois, reclamamos de sua “passividade”, de sua “falta de iniciativa”, de sua “delinquência”...

Novamente pergunto: Por que a humanidade funciona tão mal?

As crianças e seus "por quês"


Esta tirinha da Mafalda fez-me lembrar de algumas de minhas aulas de pedagogia e refletir sobre os “por quês” das crianças e as respostas que lhes são dadas (ou, muitas vezes, não são).

“Não podemos subestimar a capacidade das crianças”; “a intervenção pedagógica deve auxiliar o aprendizado, não limitá-lo ou tampouco fazer com que a criança se acomode ou desista do desafio cognitivo”; “a primeira infância é o período de nossas vidas em que, nós, seres humanos, estamos mais abertos ao conhecimento”... Não literalmente, mas, em termos gerais, essas foram algumas das afirmações que ouvi dos meus professores e até de colegas de turma.

Mas, no cotidiano educacional das crianças, tanto em ambiente escolar como em suas casas, com os pais, não é isso o que acontece.

Ao contrário do que deveria ser, os alunos muito “questionadores” nas escolas são rotulados como “revoltados”, “desordeiros”, “desobedientes” e por aí vai...

Em casa, os pais ficam “de saco cheio” de tantos “por quês”. Ameaçam os filhos com um “cala a boca”, ou simplesmente respondem com um “porque sim”, ou um “porque não”.

Os pais são perdoados, pois não têm a formação adequada para entender que os questionamentos fazem parte da construção do conhecimento pelo qual as crianças devem passar. Os professores deveriam entender o processo e saber de sua importância.

No vídeo “Como responder as perguntas das crianças?”, de apenas 2min59seg, a professora Lígia Pacheco dá algumas dicas fundamentais sobre esse ponto. Pais e educadores devem assistir e refletir sobre sua postura.

Para concluir esse texto, faço duas perguntas: Por que você acha que a humanidade funciona tão mal?; Por que você acha que as lagartixas não caem do teto?

segunda-feira, 18 de março de 2013

Diferença de nota de cotistas para não cotistas é pequena


Estudo mostra que, se 50% das vagas das federais já fossem reservadas para cotas, nota de corte de cotista seria apenas 5% inferior

Se, neste ano, a reserva de vagas para cotistas nas instituições federais de ensino já fosse de 50% (meta para 2016), a nota de corte desses estudantes teria na média uma queda inferior a 5%. Na concorrência ampla, onde disputam os alunos de escolas particulares, o desempenho mínimo para ingressar nas instituições teria um salto de 1%.

A conclusão é que o sistema de cotas, quando totalmente implementado, não deverá criar um desnível entre cotistas e não cotistas - ou seja, a nota de ingresso do cotista não será muito inferior ao do não cotista, e este não precisará de um desempenho muito maior do que hoje para conseguir uma vaga.

O cálculo foi realizado a partir da concorrência registrada no último Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em cinco cursos: Medicina e Pedagogia na Federal do Ceará (UFC), Engenharia Civil no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Direito e Matemática na Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (abaixo, a comparação em três cursos). As projeções foram realizadas pelo Ministério da Educação (MEC). O estudante usa a nota do Enem para concorrer pelo Sisu.

A distância da nota mínima entre cotistas e concorrência ampla varia de acordo com o curso. Em Medicina na UFC, por exemplo, a diferença entre a nota de corte das vagas de concorrência ampla e das vagas destinadas a pretos, pardos ou com renda de até 1,5 salário mínimo mais que dobraria caso o número de vagas reservadas fosse de 50% do total. Esse foi o curso mais procurado na última seleção. Em Direito na UFRJ, o quarto com a maior procura no sistema, a distância entre cotistas e concorrência normal teria uma variação de apenas 13 pontos.

A partir de 2012, no primeiro ano em que a Lei de Cotas passou a valer para o ingresso nas instituições federais de ensino, a exigência era de uma reserva mínima de 12,5% das vagas para alunos de escola pública -algumas universidades praticaram porcentuais maiores. A cota deve ser atendida por curso, respeitando também critérios de cor de pele e renda familiar.

No Sisu, os candidatos concorrem às vagas reservadas para cada grupo, o que gera, portanto, uma nota de corte para cada faixa (como é possível notar no infográfico). A distância de nota apresentada é considerada pelo MEC pequena, embora alguns especialistas divirjam.

Avaliação. Uma das críticas que a Lei de Cotas recebeu era de que a política resultaria no ingresso de estudantes muito despreparados, que poderiam até ter dificuldades para acompanhar o curso.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vê a projeção da nota de corte de cotistas com ânimo. "Estamos identificando que nos cursos de maior concorrência a distância de nota de corte não é grande. Porque o topo da escola pública é muito bom", diz ele, que faz ressalvas. "Mas não podemos nos enganar. Temos de avançar na qualidade do ensino médio, é o maior desafio na educação."

Segundo o professor da USP Reynaldo Fernandes, uma distância de 80 pontos - como ocorre em Medicina na UFC - é alta e pode representar uma distância entre os perfis dessa candidatos. Mas ele faz uma observação. "Não pode colocar essa distância só como consequência para cota. Já há uma distância entre o primeiro colocado e o último aprovado, que também vai aumentar", diz ele, responsável pela transformação do Enem em vestibular, em 2009, quando era presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao MEC.

Para o professor de Estatística Tufi Machado Soares, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), uma distância de 50 pontos não chega ter um impacto nos perfis de alunos, mas seria necessário um estudo mais aprofundado para concluir quantos pontos de fato diferenciaria alunos. "O ideal seria que as instituições fizessem estudos para apontar qual proficiência mínima um candidato deve ter para conseguir terminar determinado curso."

1.949.958
estudantes inscreveram-se no Sisu, dos quais 864.830 tentaram vagas por cotas, apesar de a reserva para cotistas ser de 12,5%

44%
dos alunos que se inscreveram no Sisu este ano tentaram cotas

quinta-feira, 14 de março de 2013

Pequenos vídeos abordam cotidiano da educação de crianças


Quando estudei Pedagogia tive uma professora de quem sou um eterno fã. A professora Lígia Pacheco está sempre preocupada em fazer com que seus alunos aprendam verdadeiramente o conteúdo proposto. Ela se diverte ensinando e, com certeza, aprende muito ao ensinar.

Sempre tem novos projetos, cria novas formas de nos fazer refletir e aprender.

Seu novo projeto se chama “Lígia Pacheco em 3 minutos”. São pequenos vídeos com cerca de três minutos para pais e professores que abordam a educação das crianças. Como ela diz: “sei que a vida de todos nós é bem corrida e há muita informação no ar, optei por vídeos curtos, mas com conteúdo”.

Acessem o blog FILHOsofar: Educação entre pais e filhos e acompanhe. Vale à pena.

Ela já disponibilizou dois vídeos
1- COMO FACILITAR A ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA.

2- COMO RESPONDER AS PERGUNTAS DAS CRIANÇAS.

Ensino fundamental piora no Estado de São Paulo


O ensino básico da rede estadual de São Paulo piorou nos anos finais do ensino fundamental (de 6.º ao 9.º ano). Dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2012, divulgados na sexta-feira (09) à noite, ainda mostram avanços no 5.º ano.

As notas se referem ao desempenho do 5.º e 9.º ano em matemática e língua portuguesa do Saresp - avaliação anual da rede. A Secretaria de Educação também calcula um índice, o Idesp, que leva em conta as taxas de reprovação e abandono. O Idesp teve queda no 9.º ano.

No 5º ano do fundamental, as notas ficaram em 197,6 em língua portuguesa e 207,6 em matemática. Mas a situação mais grave está nos anos finais, com piora nas duas disciplinas.

A média em português caiu para 227,8 em 2012 - em uma escala que vai a 500. É a menor desde 2008. Na divisão por níveis de proficiência, a situação é também ruim: O porcentual de alunos abaixo do básico aumentou meio ponto e chegou a 28,5%. Além disso, caiu o porcentual de alunos com conhecimento adequado (de 15,2% para 14%) e avançado (de 1,8% para 1,6%).

Em matemática, o 9.º ano teve nota 242,3, com uma queda de 2,9 pontos em relação a 2011. A proporção de estudantes com nível abaixo do básico na disciplina aumentou, saltando 33,8% para 36,6%. Somente 9,1% sabem o adequado e 1% estão avançados.

O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que os resultados refletem um problema conhecido. "Precisamos focar em questões como formação continuada dos professores e gestão escolar mais participativa que inclua a família na escola." Segundo a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, há um problema estrutural no fim do fundamental. "Essa fase continua sendo um nó invisível da educação. A própria transição para o ciclo 2 tem problemas."

Enquanto as avaliações são vistas como diagnósticas, não faltam críticas ao não aproveitamento dos resultados. "O governo não encara o Saresp como um meio capaz de produzir ações efetivas", diz Nilson José Machado, professor da faculdade de Educação da USP. "Além de não termos uma continuidade das políticas de educação, apesar da manutenção do mesmo partido no governo, não há boas condições de trabalho para o professor da rede pública."

Escolas de lata, educação de... má qualidade


Os tucanalhas que governam o estado de São Paulo há mais de 20 anos têm responsabilidade direta pela baixa qualidade da educação oferecida no estado mais rico do país.

Fazem discursos e mais discursos com promessas e afirmações de que fazem e acontecem. Mas, quando saem os resultados das provas de avaliação da educação, todos podem ver o que os profissionais da educação e seus alunos sofrem no dia-a-dia.

Juram de pé junto terem acabado com as escolas de lata (padrão Nakamura), que se transformam em estufa no verão e em iglus no inverno, mas elas ainda existem na periferia da capital.

Não se sabe se para tentar esconder sua existência ou por outro motivo, algumas delas foram reformadas e receberam paredes externas de alvenaria. Como diz o ditado, “por fora, bela viola. Por dentro pão bolorento”. Neste caso, o pão é assado, ou congelado.

CNTE debate a Lei de Responsabilidade Educacional



Representada pela sua secretária-geral, Marta Vanelli, a CNTE debateu hoje, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a responsabilidade dos gestores públicos na qualidade da educação básica. A Comissão Especial da Lei de Responsabilidade Educacional (Projeto de Lei 7420/06) também contou com a presença da ex-deputada Raquel Teixeira e da coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Guasco Peixoto, do deputado Waldenor Pereira e do deputado Raul Henry.

Além do PL 7420/06, a comissão analisou outros 15 projetos que estão presentes no texto principal. Eles estão divididos em três temas principais: responsabilização dos gestores públicos na aplicação das verbas para o setor; responsabilização pelo desempenho dos alunos; e regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados.

terça-feira, 12 de março de 2013

Prioridade Educação traz novas opções culturais gratuitas

A agenda cultural do blog Prioridade Educação desta semana tem diversas dicas de atrações culturais gratuitas. São opções de lazer para crianças e adultos que vão do teatro a exposições e shows de vários estilos.

Em tempos de inundações, a Cia. Encena apresenta no dia 16/3 (sábado), às 20h30, a peça teatral Janeiros...Pirou Jussara? Pendurar a Vovó no Banheiro?!, que retrata a luta de uma comunidade contra as enchentes e sua relação com o poder público.

No mesmo dia (16/3), às 21h, Alceu Valença apresenta grandes sucessos de sua careira no Memorial da América Latina, em comemoração aos 24 anos de aniversário do Memorial. Ainda no dia 16/3, às 16h, no Centro de Cultura Judaica, acontece o espetáculo Liberdade!, que conta histórias de vários povos em recordação da Páscoa Judaica.

O Centro Cultural da Juventude (CCJ) realiza sua I Feira Literária entre os dias 15 e 17 de março.

Com o espetáculo Artista da Fome (dança) é possível refletir sobre a relação entre o público e a celebridade instantânea, a busca pela fama, poder, status, dinheiro, o apetite pela informação e por sexo.

Um novo olhar sobre a Zona Leste, um apanhado da música regional brasileira e sambas clássicos da década de 30 são outras das muitas opções culturais gratuitas na grande São Paulo. Veja a agenda completa.

domingo, 10 de março de 2013

I Feira Literária do CCJ

O Centro Cultural da Juventude (CCJ) realiza sua I Feira Literária entre os dias 15 e 17 de março.

Em sua primeira edição, a Feira será voltada para a difusão de publicações e produções culturais da periferia.

Além da venda de livros, serão realizadas oficinas e mesas de debate vinculadas ao tema.

Simultaneamente ocorrerá o I Seminário de Literatura da Periferia, organizado pelo Coletivo Cultural Poesia na Brasa, por meio do Edital de Ocupação.

No dia 17/03, a partir das 14h, acontece o lançamento do livro Perifeminas, com pocket show do grupo Odisseia das Flores e Dança com P.

INSTALAÇÕES: Microfone aberto, Aperte o play na poesia e Projeto Diz-Quetes.

Inscrições abertas para as OFICINAS:
- PROCESSOS EDITORIAIS e
- COMO FAZER UM E-BOOK

E AINDA 22 expositores(as) com publicações de todos os gêneros literários para você conhecer e levar para casa...
Mais informações:

sexta-feira, 8 de março de 2013

Haddad mostra seu “respeito” pela igualdade de gênero



Em pleno Dia Internacional das Mulheres a imprensa traz até nós a informação de que uma prefeitura que se diz defensora dos direitos das mulheres e apoiadora da luta pela não discriminação de gênero, apresentou um projeto de aumento salarial que prevê que as professoras (mulheres) tenham que trabalhar por mais três anos após o tempo mínimo de aposentadoria para receber um adicional de 13% sobre o salário. Segundo a imprensa, o projeto é o mesmo que havia sido apresentado pelo Kassab (o prefeito que ama a educação e a categoria – sic).

Mesmo que a imprensa esteja, mais uma vez, sendo oportunista, para não dizer sensacionalista (segundo os próprios textos da Folha, o projeto foi apresentado no início do ano, mas somente agora tiveram destaque na mídia), é bom para refletirmos sobre a prioridade que a prefeitura terá (lembrando que o prefeito foi ministro da Educação).


O projeto fixa que se trabalhe pelo menos 28 anos para que se receba o adicional, independentemente de o profissional ser do sexo feminino ou masculino. Para os homens, que têm que trabalhar ao menos 30 anos é um benefício certo. Para as mulheres, cujo tempo mínimo de trabalho é de 25 anos, é apenas um “estímulo” para que elas trabalhem pelo menos mais três anos (se quiserem receber o benefício).

Essa é a igualdade de gêneros pregada pela prefeitura de São Paulo? Igualdade apenas na idade fixada para o recebimento do acréscimo no salário, mas completa desigualdade para a concessão do benefício. Os homens (professores, que são uma parcela mínima no ensino municipal) continuam sendo os beneficiados, as mulheres precisam se esforçar mais um pouco.

Leiam textos da Folha sobre esse assunto.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Pastoral da Juventude vai propor novas ações contra a violência e o extermínio de jovens


A ciranda pela defesa da vida da juventude teima em dar novos passos. A voz profética de jovens que denunciam a realidade de violência não pára de ecoar. É a Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens fortalecendo sua ação e avançando para águas mais profundas.

Realizada desde 2009 pelas Pastorais da Juventude, a Campanha levou à sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio, bem como ao longo dos anos, pressionou o poder público para o enfrentamento da mortalidade juvenil por meio da garantia dos direitos da juventude.

Importante também ressaltar o engajamento de diversas organizações (eclesiais e da sociedade civil), assim como de um grande número de grupos juvenis na construção da Campanha até agora. Nessa articulação uma grande parceria sempre foi a Conferência dos/as Religiosos/as do Brasil (CRB Nacional), envolvendo a vida religiosa na pauta sobre a vida da juventude.

Entretanto, a situação de extrema vulnerabilidade e violência ainda está presente na imensa maioria dos jovens brasileiros/as, com ênfase entre a juventude empobrecida. A firme atuação de todos os segmentos da sociedade civil e do poder público para garantir o direito dos jovens à vida digna e ao seu pleno desenvolvimento deve ser cada vez mais fortalecida.

Deste modo, a ação de conscientização e mobilização da Campanha Nacional contra a violência o extermínio de jovens dá novo passo.

Para darmos início a esta nova etapa da Campanha, a Pastoral da Juventude (PJ), em parceria com a CRB Nacional, com o apoio da Porticus América Latina e de outras organizações que ainda estão sendo contatadas, realizará, de 3 a 5 de maio de 2013, em Brasília/DF, o Seminário Nacional da Campanha contra a violência e o extermínio de jovens, tendo como objetivo desencadear novas ações articuladas com organizações envolvidas na defesa da vida da juventude.

É necessário denunciar o avanço da violência e propor saídas para esta realidade como a ampliação dos direitos humanos e valorização dos marcos da cidadania. O engajamento e fortalecimento dos grupos de jovens para a Campanha Nacional, bem como a capacitação técnica das representações de jovens dos regionais da CNBB, também serão pontos prioritários do Seminário.

Para saber mais sobre o Seminário Nacional, entre em contato com o jovem Coordenador Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) e/ou o jovem referência do projeto “A Juventude quer viver” do seu regional. Acompanhe também pelas redes sociais da PJ o lançamento, quinzenal, de novos temas norteadores da Campanha. Qualquer dúvida entre em contato conosco. O e-mail da secretaria nacional (secretarianacional@pj.org.br) também está disponível para mais informações.


Vamos lá turma! Vamos girar o mundo e continuar afirmando nossa luta pela vida da juventude! A juventude quer viver!

Fonte: Equipe do Projeto Nacional A Juventude Quer Viver!