domingo, 19 de dezembro de 2010

Leitores a espera de um artigo

Escrevi um artigo sobre o novo PNE. Em breve vou postá-lo aqui. Enviei-o ao um jornal e prometi exclusividade para a editora até que a direção do jornal decida se o mesmo será ou não publicado. Assim que for publicado, ou se a resposta for negativa, posto-o aqui.

O título "Educação espera um milagre" já é de deixar com água na boca. Para deixá-los ainda mais na expectativa...

Escrevi sobre o que acho ser o cerne do PNE, que é a equiparação salarial dos professores com profissionais de outras carreiras com o mesmo tempo de estudo. Também escrevi sobre a questão do investimento na pasta (Educação) ser vinculada ao PIB. Ainda escrevi sobre o que, pra mim, são os principais avanços do novo PNE.

Aguardem!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Educação acaba em Pisa

Paulo Flores

Além da feijoada, o “cardápio” desta quarta-feira (8/12) tinha muito Pisa. Veja bem, não é pizza, é Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Consequência da divulgação do resultado da avaliação realizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a cada três anos, com a finalidade de medir a qualidade da educação nos países desenvolvidos e em outros convidados a participarem da avaliação, como o Brasil.

A maioria (se não todos) dos veículos da chamada “grande imprensa” estampou em suas capas chamadas para reportagens sobre o desempenho do Brasil no Pisa.

Alguns textos exaltavam a melhora do Brasil na pontuação obtida no exame realizado em 2009, na comparação com o anterior, realizado em 2006. Expunham informação creditada ao MEC de que o país é o terceiro em melhora de desempenho desde o início da pesquisa, em 2000.

Houve também aqueles que menosprezaram a suposta melhora no desempenho dos estudantes brasileiros. Preferiram se apegar ao fato de que, mesmo com a melhora de desempenho, o país ainda é um dos últimos na avaliação (53º colocado entre 65 países avaliados). Esses também ressaltaram que os estudantes brasileiros estão bem abaixo da média. Mais da metade não consegue decifrar informações implícitas em um texto curto.

“Estudantes, esses burros!”. Isso é o que pode transparecer as reportagens. Mas, elas também deixam claro que o Governo (Federal é claro) é o culpado pela mazela educacional brasileira, apesar de as escolas públicas federais terem tido desempenho superior até mesmo ao das escolas particulares e serem as escolas públicas estaduais e municipais as que puxam para baixo a classificação brasileira.

Para a elaboração do ranking da educação mundial, a OCDE leva em conta a resposta dos alunos de 15 anos (independentemente da série/ano/ciclo que ele esteja) a questões de leitura, matemática e ciências.

Claro que os jornalistas, corretamente, tratam de embasar seus textos em opiniões de especialistas e apresentam as “receitas” para a melhora da educação no país.

Mas, nenhuma das reportagens que li citou que o Plano Nacional de Educação (PNE) em vigor tem vigência somente até o final de 2010. Que de 2011 até 2020 deve vigorar um outro PNE, mas que o Governo, por meio do Ministério da Educação, adia sua apresentação faz meses. Como podemos melhorar a educação com plano apresentados em “atropelos”?

Diversas entidades, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Ação Educativa e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que fazem parte da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, lançaram o manifesto “A educação não pode esperar”, no qual criticam os constantes adiamentos de apresentação do PNE 2011-2020 e falam da importância do mesmo.

As receitas apresentadas para a melhoria da educação têm como seus principais ingredientes o aumento dos investimentos e o planejamento, mas, sem o PNE, tudo acaba em Pisa.
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Obs.: A imagem é do artigo com algumas edições, publicado no Jornal da Tarde (São Paulo), em 16/12/2010.

Vale à pena ler

Vale à pena ler o texto “Progressão continuada não é aprovação automática”, do Fernando José de Almeida. É sucinto, mas traz elementos importantes para conseguirmos diferenciarmos a boa progressão continuada da detestável aprovação automática, implantada pelo governo tucano no estado de São Paulo, por exemplo.

Progressão continuada não é aprovação automática
A confusão entre os conceitos prejudica os debates sobre os ciclos de aprendizagem

Fernando José de Almeida
É difícil defender uma ideia quando ela é desconhecida ou mal entendida pelos interlocutores. Sempre que falo em progressão continuada, em vez de sair apoiando essa maneira de organizar o tempo escolar, me vejo na obrigação de, antes de tudo, deixar bem claro sobre o que vou tratar. Há muita confusão, pois esse conceito é imediatamente confundido com "aprovação contínua" ou "aprovação automática", como indica a reportagem Organização em Ciclos Respeita a Diferença, que a revista Nova Escola Gestão Escolar traz na sua edição de dezembro/janeiro. Então vamos aos esclarecimentos.

Aprovação automática quer dizer sem avaliação, sem orientação, sem cobrança, sem algum apoio. Sendo assim, sem nenhum critério, o aluno é empurrado adiante, correndo ele os riscos de não estar preparado para nada e podendo, mais tarde, atribuir à escola - com razão - o abandono a que foi submetido, sem ter nenhum tipo de orientação.

Progressão continuada, ao contrário, é um alargamento do conceito de período escolar, pois prevê, em vez de anos, ciclos. E aí é possível falar em ciclo letivo, com mais do que os 200 dias previsto na lei, e também em ciclo de aprendizagem do aluno - e esse pode ser de dois ou três meses, um semestre, um ou mais anos. Dividir o tempo escolar fugindo do calendário anual tem por objetivo aprofundar a concepção sobre o ensino e a aprendizagem. Sabe-se, comprovadamente, que as crianças têm diferentes habilidades e, por isso, diversas maneiras e ritmos para aprender. Mas todos podem chegar lá. E chegam. Às vezes, alguns meses ou um semestre a mais são suficientes para constatar mudanças no aluno. Em um curto período
 de tempo, ele pode amadurecer, superar um problema familiar ou adquirir mais segurança com a ajuda de um professor - fatores que repercutem profundamente na sua capacidade de aprender.

Reprovar a criança uma, duas ou três vezes e mandá-la ficar com colegas menores causa problemas de adaptação e provoca desinteresse por ela ser obrigada a ver e estudar tudo de novo. Quando adota essa prática, a escola se assemelha a uma indústria automobilística, que devolve à fundição as engrenagens que não estão dentro das normas técnicas. Só que com seres humanos é diferente: não há padrão e, no que diz respeito ao retorno ao início, não se pode dizer que não houve aprendizagem alguma no ano "perdido". O resultado da reprovação anual na rede pública é a expulsão de milhares de jovens da escola, colocando-os no abandono e na marginalidade.

Os sistemas de progressão continuada são a forma mais eficaz e justa de estabelecer os prazos de reprovação para mudança de fase escolar. Na Finlândia, que tem uma realidade bem diferente da nossa, o ciclo básico é de nove anos e só após esse tempo são feitas as provas que indicam quem ficará retido. Na cidade de São Paulo, Paulo Freire (1921-1997), quando secretário de Educação, entre 1989 e 1991, propôs que os ciclos fossem de três anos no Ensino Fundamental e apenas no fim de cada um haveria exames que definiriam se o aluno seria retido ou não. Sistemas desse tipo devem vir acompanhados de um mecanismo que permita a correção dos rumos antes do fim do ano e envolva os professores em planos de orientação dos alunos com dificuldades. Na verdade, é bom que se diga, essas dificuldades, geralmente, não são dos alunos, mas da escola, do currículo (com pouco ou nenhum significado para eles) e dos professores.

A solução para um ensino eficaz não está na repetição dos conteúdos ou na afirmação - pobre - de que os jovens não gostam de estudar. Está na obrigação que a escola tem de oferecer a oportunidade de todos aprenderem.


Fernando José de AlmeidaÉ filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e diretor de Educação da Fundação Padre Anchieta.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/progressao-continuada-nao-aprovacao-automatica-611988.shtml

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Faltam cinco anos para Brasil cumprir meta de escolaridade estabelecida pela Constituição

Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, se mantido o ritmo dos últimos 17 anos, somente em 2015 o país cumprirá a escolaridade de oito anos, conforme é exigido pela Constituição.

Em 1992, a média de anos de estudos para a população de 15 anos ou mais era 5,2 anos. Em 2009, foi de 7,5 anos. Foram necessários 17 anos para ampliar em 2,3 anos a média de anos de estudo da população. "Considerando-se essa taxa anual de crescimento, faltam, ainda, cerca de cinco anos para se atingir, em média, a escolaridade originalmente prevista na Constituição Federal (ensino fundamental ou 8 anos de estudo)", diz o Comunicado nº 66 do Ipea.

Segundo o Ipea, a baixa escolarização e o elevado número de analfabetos entre adultos e idosos prejudica o desempenho e um dos mais graves problemas é o analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais.

Ao compararmos a taxa brasileira de analfabetismo com outros países
da América do Sul, como Equador, Chile e Argentina vemos que ela é muito alta. Mesmo com a queda constante na proporção de analfabetos na população, o número total de analfabetos tem se mantido em torno de 14 milhões de pessoas.

DesigualdadesO problema da baixa escolaridade chama ainda mais a atenção ao compararmos a população de acordo com distribuição geográfica, a renda e a cor da pele/raça.

A população urbana/metropolitana tem, em média, 8,7 anos de estudo. Uma diferença de 3,9 anos a mais que a população rural, que estuda, em média, 4,8 anos. Ao segmentarmos a população de acordo com a cor da pele/raça, observamos que os negros têm, em média, 1,7 ano de estudo a menos que os brancos. Os brancos estudam, em média, 8,4 anos, enquanto os negros estudam 6,7 anos. A boa notícia, se é que podemos dizer que a notícia é boa, é que a diferença está se reduzindo. Em 1992, a diferença entre a quantidade de anos de estudo entre brancos e negros era de 2,1 anos.

O que chama mais a atenção é a diferença entre as faixas de renda. "Independentemente da categoria selecionada, os mais ricos sempre estão em melhor situação do que os mais pobres", diz o estudo. Há uma diferença de 5,2 anos de escolaridade entre os mais ricos e os mais pobres.

Os dados são do Comunicado do Ipea n° 66: PNAD 2009 – Primeiras Análises: Situação da educação brasileira - avanços e problemas. O quinto da série de análises do Instituto sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE). O Comunicado do Ipea nº 62 trata sobre o mercado de trabalho no Brasil em 2009, o nº 63 fala sobre a evolução da distribuição de renda entre 1995 e 2009, o nº 64 das tendências demográficas do país e o nº 65 sobre o aumento do número de mulheres chefes de família.

Leia também:IBGE: diminui desigualdade racial no acesso à educação

Apenas 5% dos brasileiros entre 25 e 64 anos continuam estudando

Número de brancos no ensino superior ainda é o dobro do de pretos

Mulheres mais escolarizadas têm menos filhos, confirma IBGE

Brasil tem maior taxa de abandono escolar do Mercosul

Somente metade dos adolescentes entre 15 e 17 anos está no ensino médio

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reflexões sobre o Enem

O vazamento de informações da prova do Enem, pelo segundo ano consecutivo gerou uma enorme confusão que prejudica, principalmente, os alunos.

O governo defende o exame e cogita até a realizá-lo duas vezes por ano. A oposição aproveita-se da situação para criticar a atuação do governo. Mas, até então, nada havia sido falado sobre o Enem em si. Para que mesmo serve o Enem?

Hoje foi postado no site do deputado federal Ivan Valente (Psol), um discurso proferido pelo deputado no plenário da Câmara dos Deputados no qual ele traz diversos pontos que merecem nossa atenção. Vale à pena ler na íntegra.

Ipea analisa dados da PNAD sobre educação

Comunicado n° 66 analisa avanços e desafios da educação com base nos dados de 2009 do IBGE


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quinta-feira (18/11) o Comunicado do Ipea n° 66: PNAD 2009 – Primeiras Análises: Situação da educação brasileira - avanços e problemas.

O texto analisa a evolução da educação no período de 1992 a 2009 e traça um quadro atual da escolarização da população brasileira, tendo como base indicadores da área.

O comunicado apresenta ainda o hiato educacional, que mede a quantidade de anos de estudo necessária para que a meta da educação seja atingida. Também há dados e informações sobre analfabetismo.

A análise busca refletir os avanços e problemas verificados na educação brasileira no período. Os indicadores são analisados com ênfase na situação educacional brasileira, segundo recortes de renda, localização (urbano/rural), região, cor ou raça e sexo.

O comunicado é o quinto da série de análises do Instituto sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE). O Comunicado do Ipea nº 62 trata sobre o mercado de trabalho no Brasil em 2009, o nº 63 fala sobre a evolução da distribuição de renda entre 1995 e 2009, o nº 64 das tendências demográficas do país e o nº 65 sobre o aumento do número de mulheres chefes de família.

Caminhos da Filosofia na Sala de Aula

No dia 27 de novembro acontece em São Paulo o VI Encontro de Escolas e Educadores Caminhos da Filosofia na Sala de Aula. O evento, que será realizado na Uninove – Campus Memorial –, é aberto ao público e as inscrições são gratuitas.

O Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino (Uninove) falará sobre “Educação, formação e filosofia”. Na sequência, será a vez da Profa Dra. Patrícia Del Nero Velasco (UFABC) falar sobre a “Importância da educação para a argumentação nas aulas de Filosofia”.

A tarde será reservada para troca de experiências e debates entre os participantes.

Para se inscrever, basta enviar nome, RG, endereço completo, telefone, e-mail, o nome da instituição que representa e a função exercida para o e-mail lorieri@sti.com.br.

Mais informações pelo telefone (11) 3665-9324, com Douglas.
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VI Encontro de Escolas e Educadores Caminhos da Filosofia na Sala de Aula Data: 27/11/2010 – 9h às 17h
Tema: Educação, Formação e Filosofia
Local: Auditório do Prédio A (12º andar) do Campus Memorial da Uninove
Av. Dr. Adolpho Pinto, 109 - Água Branca - São Paulo, SP (próximo à estação Barra Funda do Metrô)
Inscrições gratuitas
Realização: Programa de Pós-Graduação em Educação da Uninove – Mestrado e Doutorado

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Xepa Literária

No dia 21 de novembro acontece a última atividade do ano do Projeto Tenda Literária, a Xepa Literária. Será uma grande feira literária com muita arte e cultura no centro de Guaianases.

O projeto Tenda Literária é realizado pelo GT de Cultura do Instituto Paulista de Juventude (IPJ).

Contemplado com o VAI 2009/2010 (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), o Tenda Literária transforma praças públicas em espaços culturais nos quais acontecem oficinas e saraus voltados para a produção da literatura periférica nas regiões de Guaianases, Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista.

O GT de Cultura do IPJ desenvolve ações de intervenção cultural, fortalecendo o movimento de arte de periferia e desenvolvendo reflexão acerca das políticas públicas de juventude e cultura. Além do Tenda Literária, também é responsável pelo Cine-Diálogos. O GT está inserido no Movimento Cultural dos Guaianás, na zona Leste da capital paulista.

Xepa Literária
21 de novembro, das 10h às 18h
Casa de Cultura Maloka dos Guaianás
Rua Prof. Cosme Deodato Tadeu, 136, Guaianases

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mentira faz-me rir, mas a verdade faz mais ainda

Sei que a eleição já passou e o "Vampiro" desceu a serra, mas os links abaixo levam para dois vídeos muito legais, que fizeram-me dar muita risada. O vídeo 2 é ainda melhor do que o primeiro, desmente a criação dos genéricos e fala sobre o abandono de cargos como a prefeitura de São Paulo, o senado, o governo do estado de S.Paulo... Vale à pena ver todos.

Vídeo 1
http://www.youtube.com/watch?v=obuafIUdG30

Vídeo 2
http://www.youtube.com/watch?v=LHkwrNjHRp8

Vídeo 3
http://www.youtube.com/watch?v=Gd1nx2Joa0Q&feature=related

Vídeo 4
http://www.youtube.com/watch?v=ocFbM9IlgRA&feature=related

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O fantasma da Idade Média

“Tudo é permitido. Mas nem tudo convém.
Tudo é permitido. Mas nem tudo edifica”.
(1Cor 10, 23)

Há algum tempo queria escrever um artigo sobre o aborto. Em princípio, minha idéia era alertar que o assunto estava posto apenas sob a ótica religiosa, sem o contraponto do debate feito no campo das ciências sociais e humanas. Entretanto, uma nota embasada em reflexões levantadas por uma “Comissão em Defesa da Vida”, amplamente divulgada pela internet e por meio de panfletos distribuídos nas portas das igrejas e em vias públicas, lido ou citado durante as missas, acelerou minha vontade de contribuir para que alguns pontos sejam esclarecidos.
Ao indicar voto contrário ao PT, a nota da Comissão em Defesa da Vida contraria decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que proíbe a sugestão de voto favorável ou contrário em candidatos ou partidos específicos. O agravante é que a referida nota – que tem entre seus principais defensores uma pessoa que foi candidato em São Paulo ao cargo de deputado Federal, por um partido que faz parte da coligação do PSDB –, foi respaldada por bispos católicos de dioceses paulistas.
Com a divulgação da nota, o tema aborto virou spam (pragas virtuais da internet) e passou a ser o assunto do momento. Mas, em decorrência do preconceito e do absolutismo (na concepção filosófica), continua sendo debatido apenas pela ótica religiosa e, mesmo nesta ótica, superficialmente. Mas, ao contrário do que alguns poderiam querer, abriu-se um enorme espaço para o debate do tema em profundidade, tanto na ótica religiosa quanto na social e humana.
Este artigo não pretende ser o ponto final do debate. A intenção é apenas apresentar algumas observações para dar mais qualidade a ele.

Igreja e política
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam e do que outras tentam fazer acreditar, a Igreja sempre esteve metida em política. Na Idade Média, controlava o Estado, impunha as leis. Quem fosse contra, era torturado e acabava na fogueira. Muitas mulheres morreram por utilizar temperos que deixavam a comida mais saborosa. Eram tidas como bruxas. Galileu Galilei descobriu que a Terra era redonda e foi condenado por heresia. Depois de matar muita gente, após muitos séculos, a Igreja pediu perdão pelos erros cometidos.
Além de mostrar que, apesar da Igreja, a sociedade muda, a história deixa claro que padres e bispos sempre estiveram envolvidos em política. Ao se envolver, tomam partido por um lado ou por outro. No entanto, a maioria das vezes há divisão no clero. No Brasil, por exemplo, durante a ditadura militar, alguns padres e bispos apoiaram as forças armadas, outros defenderam a organização de resistência e esconderam ativistas políticos procurados pela polícia. Ou seja, nem sempre o que um bispo fala é compartilhado pelos demais.

Manutenção dos valores sociais
Até o século XVII, aproximadamente, a Igreja era considerada a detentora da informação e o “lugar do conhecimento”. Quando a prensa foi inventada, no século XV, a Igreja foi contra a edição de livros, principalmente daqueles em línguas locais. Com a publicação ela perderia o privilégio e o poder que o conhecimento proporciona. O livro somente foi colocado à disposição das massas no século XIX (cerca de quatrocentos anos depois da invenção da prensa).
Mesmo sendo uma língua em desuso desde o século XVI, a Igreja continuou a celebrar missas em latim até o século XX, após a realização do Concílio Vaticano II. Ou seja, a Igreja é uma instituição tradicional e, como tal, tem uma cultura cristalizada, que leva muito tempo para sofrer ou aceitar qualquer mudança.
Ao contrário do que muitos possam pensar, a manutenção da tradição é uma função muito importante exercida pela Igreja e necessária para a sociedade. Em grande medida é graças a isso que, valores como a fraternidade, a compaixão, o respeito ao próximo e às características individuais são mantidos na sociedade. Graças à Igreja não somos “jogados pelas ondas e levados para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e pela astúcia com que eles nos induzem ao erro” (Ef 4, 14).
Ou seja, muitas vezes a Igreja prejudica mudanças benéficas para a sociedade. Outras vezes ajuda a manter questões e valores necessários ao bom convívio social.

Contrariando a CNBB
Nos últimos tempos, no entanto, com a consolidação da democracia, a Igreja, na figura da CNBB, tem evitado tomar partido e se envolver em questões “de Estado”. Os bispos preferem formar os cristãos para que eles saibam que “Tudo é permitido. Mas nem tudo convém. Tudo é permitido. Mas nem tudo edifica”. (1Cor 10, 23). Ao não impor regras, procura evitar qualquer semelhança com a Idade Média e a Inquisição. Pregam o “livre arbítrio” e dão formação aos fiéis, para que eles, por meio da fé e sem imposição, tornem-se “homens perfeitos”. (Ef 4, 13).
Não é isso o que temos visto nos últimos meses. Contrariando a posição já tradicional no período democrático brasileiro, bispos, padres e membros de movimentos religiosos da Igreja Católica utilizam o nome da CNBB para pregar voto contrário à candidata de um partido em específico, em benefício do candidato do outro partido. Claramente, quem faz isso, utiliza a boa-fé dos cristãos para tentar eleger o candidato que apóia.
A CNBB já emitiu nota desautorizando o uso de seu nome e proibindo o clero de utilizar o espaço das igrejas e suas posições eclesiásticas para fazer campanha contra ou a favor de qualquer candidato. Não foi respeitada.

A base da polêmica
A desculpa desses cabos eleitorais qualificados para fazer campanha contrária ao PT é o Segundo Relatório Brasileiro Relativo ao Pacto Internacional pelos Direitos Civis e Políticos, um documento no qual o atual governo relata quais medidas estão sendo tomadas para que se regulamente a legislação e os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Em nenhum momento, é claro, esses cabos eleitorais informam que o Brasil ratificou esse Pacto em 1992, quando o PT não estava no governo e sequer tinha maioria no Congresso Nacional, ou que quem ratifica pactos e convenções internacionais é o Congresso Nacional (deputados federais e senadores) e não o Poder Executivo (Presidente). Apenas utilizam as informações do relatório sobre as medidas tomadas para o cumprimento das exigências do artigo 3º do Pacto, que trata do respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Também não informam que uma dessas medidas foi tomada por José Serra (PSDB), em 1998, quando ministro da Saúde, ao assinar norma técnica específica sobre Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes de Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, que autoriza a realização de abortos no país. Em minha opinião, uma postura correta do então ministro da Saúde, mas contraditória ao discurso moralista da campanha de difamação à candidata do PT.
O fato é que o relatório, mencionado na nota da Comissão em Defesa da Vida, nada mais é do que um informe sobre as medidas que vêm sendo tomadas, desde que o Brasil ratificou o Pacto, para que as normativas deste documento internacional sejam respeitadas. Existem no relatório 21 parágrafos numerados (de 26 a 47) que falam sobre tais medidas.

Igualdade de direitos
Sobre o artigo 3º, o relatório inicia apresentando todos os artigos da Constituição que proíbem a discriminação baseada no gênero, assim como aqueles que visam a promoção da igualdade. Em seguida, versa sobre todas as convenções e tratados internacionais, dos quais o Brasil faz parte, que têm a intenção de eliminar e punir todo tipo de violência e discriminação contra as mulheres, bem como eliminar mecanismos do Código Penal e do novo Código Civil brasileiros que continham elementos patriarcais e machistas. Também fala sobre a criação da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres.
Em seguida, o relatório reconhece que, apesar dos avanços obtidos na área jurídica e no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam práticas violentas e discriminatórias, destacando-se entre elas a violência doméstica. Também persiste a exploração sexual de mulheres e meninas.
Como se vê, o relatório, como o nome diz, relata o que vêm acontecendo na sociedade brasileira. Apresenta a realidade de conquistas obtidas pelas mulheres, por meio de suas entidades organizativas, assim como dos desafios ainda a serem vencidos.
Em seguida, o relatório discorre sobre projetos e reivindicações de ONGs e demais entidades representativas dos movimentos feministas com relação à igualdade de direitos e à violência contra mulheres. Por respeito à democracia, o atual governo resolveu atender a esses anseios e se comprometeu em atender o princípio da livre escolha no exercício da sexualidade, enviando para revisão a legislação repressiva sobre o aborto. É bom lembrar que são os deputados federais e senadores os responsáveis pela elaboração e revisão de leis federais e não a Presidência da República.

O que cabe ao Poder Executivo
O que o relatório ressalta é que cabe ao governo oferecer informações e assegurar o acesso a meios contraceptivos (pílulas, preservativos etc.) de forma que as pessoas tenham condições de evitar a gravidez indesejada e possam realizar o planejamento familiar, já que esse é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988. O relatório reconhece, no entanto, que o país ainda não conseguiu cumprir plenamente a lei, que assegura autonomia na decisão de se ter ou não filhos.
Diz o relatório: “O difícil acesso a métodos anticoncepcionais e o pequeno número de serviços de atendimento às mulheres que foram vitimadas pela violência sexual têm sido funcionais à gravidez indesejada e à realização de abortos clandestinos os quais, por sua vez, predispõem as mulheres ao óbito materno. O aborto é, atualmente, a 5ª causa de óbito materno no Brasil”. Ou seja, morrem o feto e a mãe.
Traduzindo, o relatório diz que muitas mulheres não têm acesso a meios anticoncepcionais (como a pílula) e continuam sendo vítimas de violência doméstica e sexual, o que as leva à gravidez indesejada e, por vezes, à realização de abortos, motivados ou espontâneos. Informa ainda que os óbitos maternos decorrentes de abortos são a 5ª maior causa de morte de mulheres no país.

Descriminalização do aborto
De acordo com a legislação brasileira, o aborto é crime. Muitas entidades representativas das mulheres ressaltam que, feita em condições inadequadas, a prática pode deixar seqüelas físicas e psicológicas na mulher que precisa passar por tal intervenção e pedem a descriminalização. Isso não quer dizer que tais entidades são favoráveis ao aborto.
Defendem que as seqüelas psicológicas, inclusive, ganham maior dimensão no contexto religioso, onde se reforça que há vida a partir da concepção e, por isso, as mulheres são acusadas de homicídio. Há quem diga que as mulheres que não seguem nenhuma religião podem até não sofrer seqüela psicológica, ou esta ser mínima. Dizem que se fosse uma questão menos estigmatizada essas seqüelas diminuiriam muito.
Acredito que seja mínimo o número de pessoas favoráveis ao aborto. A verdade é que a questão está mal formulada. O que deveria se questionar é se as pessoas são favoráveis que as mulheres que realizam aborto sejam consideradas criminosas. Também acredito que seja mínimo o número de pessoas que queiram ver essas mulheres na cadeia.
O que se reivindica é a liberdade de decisão. O que se reivindica é a descriminalização, para que o aborto possa ser tratado como questão de saúde pública, e não como crime.

A gente quer inteiro e não pela metade
Sendo considerado como crime, o governo não pode dar assistência e destinar recursos para que o aborto seja realizado com maior segurança e higiene sanitária, nem tampouco disponibilizar tratamento de saúde e psicológico para mulheres que precisem passar por tal intervenção e necessitem de atendimento.
É comum o preconceito e a desconfiança das equipes de saúde dos hospitais. Não querem ser considerados cúmplices, ou executores do “crime”. Mulheres que têm aborto espontâneo também sofrem com a criminalização. Assim como acontece com aquelas que sofrem aborto induzido, muitas delas deixam de ser atendidas ou têm que rodar de hospital em hospital em busca de atendimento, o que as coloca em risco de morte.
Quem defende a descriminalização do aborto não é propriamente a favor do mesmo, apenas quer que sejam garantidos os mecanismos que permitam ao governo atender adequadamente às mulheres, com instrumentos para se evitar a gravidez, e, caso ela ocorra, que seja dada orientação pertinente e, se a decisão da mulher for pelo aborto, que ela tenha direito ao atendimento com segurança e higiene e os médicos não tenham medo de atendê-las e serem “jogados na fogueira”, juntamente com as “bruxas” que os realiza. Por isso, dizem que o aborto é uma questão de saúde pública.
Com a descriminalização o governo poderia ir além de oferecer informações e assegurar o acesso a meios contraceptivos. Mas, enquanto o aborto for crime...

Atitude cristã
Ambos os candidatos têm posição semelhante sobre o aborto e tomam medidas para regulamentar os tratados internacionais assinados pelo Brasil. Se ambos os candidatos são “favoráveis ao aborto” e os bispos não autorizam o voto em candidatos “abortistas”, por que então eles não pedem para que os fiéis votem nulo? Por que pedem somente para não votar em partido X? Tratar o tema com “dois pesos e duas medidas” é uma atitude cristã?
Além disso, é preciso que se diga que, permanecendo como está, deixa de existir a “igualdade cristã”. Apenas quem é bem instruído ou possui posses tem acesso a métodos anticoncepcionais, pode realizar o planejamento familiar ou faz o aborto em clínicas melhor equipadas e evita o risco de morte. Pobres e analfabetos, que não tenham informações sobre meios de se evitar a gravidez são punidos, assim como meninas e mulheres que sofrem violência sexual em casa e não denunciam o estupro. Muitas, em casos de pobreza e analfabetismo, são punidas tanto se optarem pelo aborto quanto se decidirem manter a gravidez.

Ao final das contas...
A campanha moralista é anacrônica. O que parece é que a Igreja (pelo menos esses cabos eleitorais "qualificados") acredita ainda estarmos na Idade Média, tempo em que era detentora da “verdade absoluta” e quem não a obedecesse e se atrevesse a pensar era queimado vivo na fogueira.
Não estamos mais na Idade Média. Nos dias de hoje, cabe à Igreja dar a formação adequada aos fiéis, para que eles tomem a decisão que achar adequada. Se, na opinião de certos líderes religiosos, os fiéis estão tomando a decisão errada, é a Igreja quem não está conseguindo cumprir sua missão formadora. Ao invés de trabalhar melhor a formação, esses “líderes” tentam coagir, voltar a um tempo que não existe mais.
No entanto, apesar de discordar da ocasião, do método e do motivo pelo qual o tema foi colocado em discussão, acredito que esses “cabos eleitorais” jogaram contra eles mesmos e propiciaram à sociedade uma grande oportunidade para realizar um debate aprofundado sobre o aborto, sem hipocrisia nem “caça às bruxas”.

* Jornalista, com especialização em Marketing Político e Propaganda Eleitoral pela ECA/USP. Membro do GT de Educação do Instituto Paulista de Juventude e assessor de grupos de jovens da Igreja Católica.

Colaboração:
Elena Alves Silva, teóloga e pedagoga formada pela Universidade Metodista de São Paulo, Mestre e doutoranda em Ciências da Religião pela UMESP. Pastora da Igreja Metodista do Jardim Colorado, em São Paulo.
Julia Paiva Zanetti, cientista social formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, pesquisadora do Observatório Jovem do Rio de Janeiro e militante feminista. É católica.
Laine Chapada de Amorim, psicóloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, MBA em Gestão Empresarial e Pública pela FAAP. É católica.

sábado, 9 de outubro de 2010

Por que os adultos não entendem as crianças e vice versa?

Hoje assisti ao filme O pequeno Nicolau. É um pouco caricato, mas muito bom! Não deixe de ver.

Além de fazer-nos dar muita risada, é bom para refletirmos sobre como os adultos enxergam as crianças (pais, professores e demais adultos) e também como faz falta a comunicação entre adultos e crianças.

A falta de comunicação entre adultos e crianças deixa-nos (adultos) sem entender certas ações que elas realizam diante de determinadas situações. Simplesmente não vemos sentido.

E, por não nos comunicarmos com as crianças, principalmente por acharmos que elas não são capazes de entender certas coisas, acabamos fazendo com que elas entendam o que bem quiser ao serem submetidas a apenas frações de informações sobre o fato (assunto).

Vale à pena ler também a crítica de Marcelo Hessel sobre o filme.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dia da Criança, a alma do negócio

Em 12 de outubro comemora-se o dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Mas, também é o Dia das Crianças, a festa do consumo infantil.

Mas, na verdade, elas, as crianças, mandam no consumo das famílias não apenas nesta época. São elas que determinam o que se consome e até mesmo como se consome. Pais e mães, que, por imposição do mercado, não têm mais tempo para os filhos, se rendem aos desejos deles para tentar compensar a falta de atenção paterna e materna.

Os meios de comunicação, principalmente a TV, são os maiores responsáveis pelo controle do desejo das crianças. Ao contrário do que acontece em outros países, no Brasil não há a regulamentação clara que impeça os meios de comunicação de influenciar no desejo das crianças.

Se quisermos trabalhar verdadeiramente a educação das crianças brasileiras, precisamos realizar um debate profundo sobre esse assunto.

Postei na página de vídeos deste blog o link para o documentário Criança, a alma do negócio, que pode contribuir muito com a reflexão e o debate. Espero que todos vejam os vídeos e postem comentários/opiniões sobre o documentário e, principalmente, sobre o tema.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O FATO RELEVANTE

D. Demétrio Valentini

Nestas eleições um fato novo está acontecendo. Fato verdadeiramente relevante. Mas que não precisa ser publicado na grande imprensa. Aliás, o fato relevante consiste exatamente nisto: o povo já não se guia pelos “fatos relevantes” publicados pela mídia. A grande imprensa perdeu o poder de criar a “opinião pública”.

A “opinião pública” não coincide mais com a “opinião publicada”.

O povo encontrou outros caminhos para
 chegar às suas próprias opiniões, e traduzi-las em suas opções eleitorais.

Já houve eleições que mudaram de rumo por causa do impacto produzido pela divulgação de “fatos relevantes”, tidos assim porque assim divulgados pela grande imprensa.

Agora, a grande imprensa fica falando sozinha, enquanto o povo vai tomando suas decisões.

Bem que ela insiste em lançar fatos novos, na evidente tentativa de influenciar os eleitores, e mudar o rumo das eleições. Mas não encontram mais eco. São como foguetes pífios, que explodem sem produzir ruído.

A reiterada publicação de fatos, que ainda continua, já não encontra sua justificativa nas reações suscitadas, que inexistem. Assim, as publicações necessitam se apoiar mutuamente, uma confirmando o que divulga a outra, mostrando-se interdependentes mais que duas irmãs siamesas, tal a impressão que deixam, por exemplo, determinado jornal e determinada revista.

Esta autonomia frente à grande imprensa, se traduz também em liberdade diante das recomendações de ordem autoritária. Elas também já não influenciam. Ao contrário, parecem produzir efeito contrário. Quando mais o bispo insiste, mais o povo vota contra a opinião do bispo.

Este também é um “fato relevante”, às avessas. Não pela intervenção da Igreja no processo eleitoral. Mas pela constatação de que o povo dispensa suas recomendações, e faz questão de usar sua liberdade.

Este “fato relevante” antecede o próprio resultado eleitoral, e pode se tornar ponto de partida para um processo político muito promissor. O povo brasileiro mostra que já aprendeu a formar sua opinião a partir de “fatos concretos”, que ele experimenta no dia a dia, dos quais ele próprio é sujeito. Já passou o tempo das falácias divulgadas pela imprensa, onde o povo era reduzido a mero expectador.

Em tempos de eleições, como agora, fica mais fácil o povo identificar em determinadas candidaturas a concretização da nova situação que passou a viver nos últimos anos. Mas para consolidar esta mudança, e atingir um patamar de maior responsabilidade política, certamente será necessário trabalhar estes espaços novos de autonomia e de participação, que o povo começou a experimentar.

Temos aí o ponto de partida para engatar bem a proposta de uma urgente reforma política, e também de outras reformas estruturais, indispensáveis para superar os gargalos que impedem a implementação de um processo democrático amplo e eficaz.

O fato novo, a boa notícia, não consiste só em saber quem estará na Presidência da República, nos Governos Estaduais, e nos parlamentos nacionais e estaduais. A boa notícia é que o povo se mostra disposto a tomar posição e assumir o seu destino de maneira soberana e responsável.

Fonte: Adital

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Justiça e Direitos Humanos: organizações lançam livro em São Paulo

Na próxima quinta-feira (23), será lançado em São Paulo o livro “Justiça e Direitos Humanos: experiências de assessoria jurídica popular”. A obra, organizada pela Terra de Direitos, reúne 12 artigos escritos por autores de diversas organizações que debatem estratégias e experiências envolvendo o Sistema de Justiça e a efetivação dos direitos humanos no Brasil.

O livro é organizado em artigos que tratam de casos onde o judiciário foi provocado a se manifestar sobre temas de direitos sociais, como saúde, educação, reforma agrária, territórios tradicionais, equidade de gênero, políticas urbanas etc. A autoria dos textos contou com a participação de assessores jurídicos de várias organizações, localizadas em diferentes regiões do país. A partir dos textos, é possível observar o perfil de atuação das assessorias jurídicas, além de conhecer melhor a atuação do Poder Judiciário nos casos onde é chamado a se posicionar sobre a efetivação dos direitos humanos.

O lançamento da obra em São Paulo será marcado por uma palestra sobre assessoria jurídica e democratização da Justiça, com a presença do professor Celso Campilongo (FADUSP) e com os debatedores Juvelino Strozake (Setor de Direitos Humanos do MST), Ana Valéria Araújo (Fundo Brasil de Direitos Humanos) e Salomão Ximenes (Ação Educativa). O objetivo é aprofundar o debate sobre a atuação da assessoria jurídica popular, que se configura como um importante instrumento para a exigibilidade dos direitos no país, através da litigância e também das ações de advocacy.

Os profissionais da imprensa estão convidados a participar do debate e também do coquetel que será realizado após a palestra.

Lançamento do Livro Justiça e Direitos Humanos:
Data: 23 de setembro de 2010.
Horário: 19h
Local: sede da Ação Educativa – Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque.
Mais informações: Laura Schühli – 041 8858-9600.

Mais sobre a obra:
A publicação “Justiça e Direitos Humanos” começou a ser construída em 2008, quando a Terra de Direitos realizou uma oficina sobre Justiciabilidade dos Direitos Humanos, com a participação de diversas organizações que realizam litigância estratégica. Durante esse encontro foi reafirmada a importância de reunir em um livro as diversas experiências vivenciadas pelas assessorias jurídicas das organizações.

Com o apoio da Fundação Ford, o livro foi publicado neste ano, composto por nove artigos que abordam casos concretos sobre Justiça e Direitos Humanos. Além disso, a obra conta com um artigo sobre a atuação das organizações da sociedade civil nesse campo, além de uma reflexão sobre o sentido da assessoria jurídica popular em Direitos Humanos. O prefácio do livro foi escrito pelo jus-sociólogo português Boaventura de Souza Santos.

Veja os temas e os autores de cada artigo:
PREFÁCIO
Boaventura de Souza Santos

INTRODUÇÃO
Conceito e sentido da assessoria jurídica popular em Direitos Humanos
Leandro Franklin Gorsdorf (Terra de Direitos)

ARTIGOS
1 Direitos Humanos no Brasil: a atuação de organizações da sociedade civil em defesa dos direitos sociais e ambientais
Sergio Leitão e Ana Valéria Araújo

2 “O grande atoleiro de carne”: mulheres, cervejas e Gilberto Freyre
Rebeca Oliveira Duarte (Observatório Negro)

3 Advocacy feminista para o acesso à Justiça
Elena Erling Severo e Rubia Abs Da Cruz (Themis)

4 Litigância estratégica em Direitos Humanos – A atuação da sociedade civil no acesso a medicamentos no Brasil
Renata Reis (ABIA) e Marcela Fogaça Vieira (Conectas)

5 Alimentos transgênicos, Direitos Humanos e o Poder Judiciário
Andrea Lazzarini Salazar e Karina Bozola Grou (Idec)

6 Litigância estratégica para a promoção de políticas públicas: as ações em defesa do direito à educação infantil em São Paulo
Ester Rizzi e Salomão Ximenes (Ação Educativa)

7 Plano Diretor e efetiva participação popular: a “revisão” do plano estratégico de São Paulo
Nelson Saule Jr., Karina Uzzo, Luciana Bedeschi, Vanessa Koetz, Stacy Torres e Isabel Ginters (Instituto Pólis)

8 A construção das hidroelétricas como afronta aos direitos de comunidades rurais
Rafael Filippin (Liga Ambiental)

9 A reafirmação da Raposa Serra do Sol e novos desafios
Joenia Wapichana (CIR)

10 Justiciabilidade dos Direitos Humanos e territorialidade quilombola: experiências e reflexões sobre a assessoria jurídica popular na litigância
Fernando G. V. Prioste (Terra de Direitos)

11 O Acampamento Elias de Meura e uma experiência de assessoria jurídica popular na defesa dos direitos humanos dos trabalhadores rurais sem terra
Luciana C. F. Pivato (Terra de Direitos)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Indicadores do IBGE e a Educação

No Sábado (18/9), o jornal O Estado de São Paulo, em sua página A24, publicou uma reportagem sobre os indicadores do IBGE no que diz respeito à Educação. Vale à pena ler não apenas a matéria principal, mas também a “retranca” “Mais pretos e pardos chegam à faculdade”. Tirando o título preconceituoso da versão impressa, a matéria é boa (na versão on line a palavra “pretos” foi substituída por “negros”). Faz-nos refletir sobre os rumos da educação no país.

Na mesma página há um gráfico e outras três notas sobre os indicadores relacionados à Educação que merecem ser lidas. Uma delas fala sobre o tempo de estudo, a outra sobre a relação tempo de estudo X trabalho e, por fim, a terceira fala sobre a relação idade de gravidez X tempo de estudo.

Oficina da Educação – Congresso de Leigos da Arquidiocese de SP

No sábado (18/9) aconteceu a etapa arquidiocesana da Oficina da Educação do Congresso de Leigos da Arquidiocese de SP. Foi realizada em um dos auditórios da PUC-SP. Tanto as exposições quanto os trabalhos em grupo foram muito interessantes.

Dom João Mamede Filho iniciou os trabalhos com uma oração e acompanhou todo o trabalho, inclusive participou de um dos grupos, e encerrou a atividade.

O professor Francisco Borba apresentou uma síntese das propostas vindas das oficinas realizadas em cada uma das regiões episcopais.

Em seguida, a Prof. Dra. Cecília Canalle, diretora do Colégio Notre Dame de São Paulo, o professor Dr. Antonio Marchionni, professor de Introdução ao Pensamento Teológico da PUC-SP, e a Prof. Dra. Maria Stela Graciani, diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP, a partir da síntese das propostas das regiões, falaram sobre atuação dos cristãos na Educação. Infelizmente, o tempo curso impediu que eles pudessem contribuir ainda mais.

Após o almoço, os participantes
 foram divididos em quatro grupo, cada um com um tema diferente (1. Um mundo que parece não me ouvir...; 2. A família em crise; 3. A “emergência educativa” na escola pública; 4. O Ensino Religioso entre a pluralidade e o testemunho) e trazer propostas de projetos nestas áreas.

Sou responsável por relatar as propostas de meu grupo (4) e vou me juntar aos demais relatores e aos coordenadores de grupos para fazermos o apanhado geral de todos os grupos, a ser apresentado no encerramento do Congresso, em novembro.

Assim que eu tiver esse apanhado da oficina, posto aqui no blog. Antes disso, posto as propostas do meu grupo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Jovens têm propostas

Uma série de entidades representativas da juventude, entre elas a Pastoral da Juventude e a Casa da Juventude Pe. Burnier, elaborou um documento com a “Plataforma das juventudes para as eleições 2010”. Muitas das propostas são bastante interessantes.

No total, são 86 propostas, subdivididas em 10 tópicos (Fortalecer a política institucional de juventude; Ampliar o papel redistributivo do Estado; Implementar uma política urbana que promova o direito à cidade; Garantir a dimensão da sustentabilidade ambiental nas políticas de desenvolvimento; Valorizar a educação como direito inalienável de todos em todos os níveis; Valorizar o trabalho e promover o tempo livre; Melhorar as condições de vida da juventude no campo; Promover a igualdade; Democratizar os meios de comunicação e promover a inclusão digital; e Estado democrático de caráter público e participação ativa na sociedade).

Transcrevo abaixo as propostas na área da educação, mas vale à pena ler o material na íntegra.


Plataforma das Juventudes para as Eleições de 2010


Valorizar a educação como direito inalienável de todos e todas, em todos os níveis

28. Garantir as condições necessárias para a efetiva implantação do Plano Nacional de Educação que compreende o período entre os anos de 2011 a 2020, conforme aprovado na 1ª Conferência Nacional de Educação, com especial atenção a:
  • A implantação de todas as diretrizes que prevêem a melhoria da qualidade do ensino, gestão democrática e avaliação;
  • O pleno funcionamento do Fórum Nacional da Educação para garantir a mais ampla participação nos processos de elaboração das políticas educacionais;
  • A viabilização do Sistema Nacional Articulado de Educação;
  • A destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal, para financiamento da educação, ampliando os investimentos já previstos em 1% do PIB ao ano, chegando-se em 7% até 2011 e em 10% até 2014;
  • A ampliação do acesso, permanência e sucesso escolar em todos os níveis e modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio regular, ensino médio técnico profissionalizante, ensino tecnológico e ensino superior, além da modalidade de educação de jovens e adultos.

29. Garantir a efetiva implantação das Políticas de valorização dos profissionais em educação: implementação imediata do piso salarial profissional nacional, política de carreira e jornada; e entrada via concurso público;

30. Criar e implementar políticas e mecanismos de regulação pública do sistema privado de ensino como condição para se reverter a relação público/privado no modelo atual da educação brasileira;

31. Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com deficiência em todo o sistema de ensino;

32. Destinação de 14% dos recursos para as universidades federais e estaduais. exclusivamente para as políticas de assistência estudantil e extensão da assistência aos estudantes do Prouni;
33. Avançar na formulação e implantação de políticas ou programas que visam integrar as ações de ensino, entre as diferentes esferas governamentais, com trabalho, esporte, cultura, lazer, entre outras;

34. Criar e implementar políticas que possibilitem a ampliação do número de creches e escolas municipais de educação infantil no regime de período integral, cumprindo a meta estabelecida no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres;Garantia de bolsa-auxílio para os e as alunos/as da rede de ensino superior pública;

35. Garantia do Sistema de Cotas para os alunos da rede pública, indígenas e afrodescendentes;

36. Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo.”

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Textos que fazem refletir

Como alguns já sabem, faço parte do GT de Educação do Instituto Paulista de Juventude (IPJ), no qual estamos estudando e debatendo o currículo escolar, principalmente do Ensino Médio.

Li nos últimos dias alguns textos que me fizeram refletir um pouco mais sobre o tema.

Um deles foi o artigo “O educador e a educação em uma instituição burocrática: a escola pública”, escrito por Marcelo Henrique Picolo Naves. O texto reflete basicamente sobre três eixos:

  • Educação, escola e sociedade;
  • Burocracia escolar;
  • As perdas que se tem com tudo isso.
O segundo foi uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo no dia 18 de agosto, na qual alguns profissionais da educação afirmam que emendas na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) incham o currículo escolar com novas matérias e obrigam gestores a reduzir o número de aulas em matérias tradicionais, como Português, Matemática, História entre outras.

A reportagem afirma que, de 2007 até o mês passado, emendas incluíram seis novos conteúdos na LDB da educação e que há ainda leis específicas, que datam a partir de 1997, que complementam a LDB, além de outras dezenas de projetos com novas inclusões tramitam no Congresso.

Segundo o que afirma o texto, a rede estadual de São Paulo, por exemplo, os estudantes do período diurno tiveram uma redução de cerca de 80 aulas de história, na soma dos três anos letivos do ensino médio.

Em resumo, diz

 que os legisladores incluem conteúdos na grade curricular sem conhecer a realidade da sala de aula, na maioria das vezes influenciados por ações corporativistas, e sobra para os gestores, professores e alunos o problema a solucionar. A ideia é resolver problemas sociais, mas a escola tem de dar os fundamentos para que o aluno faça sua leitura de mundo. Os profissionais da educação ouvidos defendem que o currículo seja discutido forma integral e organizada e não fragmentada.

O terceiro texto foi publicado pelo mesmo jornal no início do mês. Trata-se de uma entrevista com a ex-secretária-adjunta de Educação dos EUA, Diane Ravitch. Ela foi uma das responsáveis reforma educacional daquele país, baseada em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas. Mas – incrível –, ela mudou de idéia porque o ensino não melhorou e foram identificadas muitas fraudes no processo:
  • O objetivo de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014 era utópico;
  • Os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir o objetivo utópico;
  • Escolas foram e continuam sendo fechadas porque não atingiram a meta.
Ela disse ainda que a estratégia de avaliações e responsabilização levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. Você acha que existe algo semelhante no Brasil?

O governo tucano implantou esse mesmo sistema em São Paulo. O atual candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, implantou um sistema de bonificação aos professores e escolas que atingem a meta. Temos informações de que, assim como aconteceu nos EUA, aqui também ocorreram fraudes para se atingir metas. Em outros casos, há treinamento específico para que os alunos se saiam bem nesse tipo de prova, mas não os educa verdadeiramente.

Ela foi enfática ao afirmar que é preciso que as famílias apoiem e estimulem a educação (o currículo cultural, que já vem de casa). Para Diane Ravitch, a escola precisa de um currículo sólido, bastante definido, em todas as disciplinas ensinadas. Sem isso, todo o resto se resume a desenvolver habilidades para realizar testes. Segundo ela “qualquer ênfase exagerada em processos de responsabilização é danosa para a educação. Isso leva apenas a um esforço grande em ensinar a responder testes, a diminuir as exigências e outras maneiras de melhorar a nota dos estudantes sem, necessariamente, melhorar a educação”. Ela firma ainda que “a responsabilização dos professores está sendo usada de maneira a destruí-los”.

Para ela “o foco deve ser sempre em melhorar a educação e não simplesmente aumentar as pontuações nas provas de avaliação [...] precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles aproveitem a educação”.

Acredito que podemos debater sobre isso.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vamos debater sobre a educação?

Como já havia informado anteriormente, a Roda de Conversa sobre Acertos e equívocos na prática do ensino da história e da cultura africana nas escolas, que seria realizada no dia 7 de agosto está suspensa.

Quem já tinha se programado, pode participar de outro evento da área. No mesmo dia (7 de agosto, sábado), das 9h às 17h, haverá o Encontro sobre Educação, promovido pelo PT de São Paulo. Neste encontro, o candidato do PT ao Governo do Estado de São Paulo, Aloísio Mercadante, apresentará sua plataforma para a educação. É uma oportunidade para conhecer e debater sobre o programa do candidato para a área.

Mas, além disso, a programação traz, pela manhã, duas mesas bastante interessantes (Nova Política de Educação para São Paulo e Elementos de uma nova política educacional). As explanações serão do Ministro da Educação, Fernando Haddad, de Mário Sergio Cortela, doutor em Educação e professor da PUC-SP, e de Nilson Araujo de Souza, pós-doutor em economia e professor do Centro Universitário Belas Artes.

À tarde, acontecerão painéis temáticos sobre Democratização do Acesso, Qualidade Social, Inclusão, Diversidade, Democratização da Gestão, Sistema Nacional Articulado e Plano Estadual de Educação, Juventude e Ensino Médio e Técnico, Juventude e Ensino Superior e Tecnológico, Financiamento da Educação e Valorização Profissional e Avaliação. Todos serão coordenados por profissionais da área, com vastos conhecimentos em cada um dos tópicos.

Ou seja, vale à pena participar.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Rede Minka - SP: Mais uma do Gilberto “Pinóquio” Kassab

Rede Minka - SP: Mais uma do Gilberto “Pinóquio” Kassab: "Ontem (22/7), fui até o Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) com um amigo de Recife para comprarmos uns livros. Ele ficou impressionado ..."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

TEMPORARIAMENTE SUSPENSA

A RODA DE CONVERSA: Prática do ensino da história e da cultura africana nas escolas, que seria promovida pelo GT de Educação do IPJ está temporariamente suspensa.

O professor que iria assessorar a conversa assumiu um dos departamentos da Secretaria de Educação de Cubatão e não poderá mais comparecer na data que havia sido divulgada.

Quando houver nova data divulgarei novamente o evento.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Semana do Estudante

Brasil, 14 de Julho de 2010

Juventude Querida!

Das montanhas sinuosas de um belo horizonte, os ventos trazem à “Boa nova”: a Semana do/a Estudante 2010! Infelizmente esse ano o material não será impresso a tempo de distribuição, portanto ele está disponível apenas virtualmente.

A Semana do/a Estudante (SdE) é um exercício ousado de cidadania. Propõe-se a trabalhar a partir do Protagonismo Estudantil, para que o jovem assuma o compromisso de construir a educação e a sociedade que tanto quer e sonha, a partir do seu chão, que é a escola. O objetivo dela é ser sinal de esperança entre os jovens. Ser anúncio de vida e sobre tudo profetizar, denunciando as injustiças e apontando os caminhos de construção do “Outro Mundo Possível” que tanto desejamos.

Em 2010, nossas atividades
 acontecerão de 9 a 15 de agosto, com os seguintes tema, lema e eixos:

*TEMA: *“Cultura: nossa terra, nossa história e nossos sonhos”

*LEMA:* “Juventude, muitas caras, muitas cores, em marcha contra a violência!”.

*EIXOS: *Sentido de Pertença, Valorização e Manifestação

Nossa proposta esse ano, é ocupar os palcos da arte cênica. A escolha dessa linguagem, é que ao nos depararmos com a proposta de tema e lema, e a riqueza que eles representam, achamos que o material necessitaria de uma metáfora que correspondesse o seu valor, para conduzir cada um dos encontros e a celebração deste subsídio. Todos somos frutos de uma dimensão cultural, grande impulsionadora das manifestações artísticas tradicionais e contemporâneas. Entre as diversas expressões artísticas, o teatro ganha grande destaque na perpetuação do nosso jeito ser, de nossa cultura.

Juventude espalhada pelo Brasil, essa semana só é possível quando cada um de nós ajuda a construí-la. Contamos com vocês para construirmos uma linda história, que tome conta de todos os palcos desse país! Em anexo o cartaz desse ano. Para terem acesso completo ao material acessem o site da PJE, http://www.pjebr.org/.

Cherinhos,
*Monique Cavalcante Benevent*
*Secretária Nacional da Pastoral da Juventude Estudantil pela Equipe Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil*

IPJ CONVIDA : Prática do ensino da história e da cultura africana nas escolas

RODA DE CONVERSA
Acertos e equívocos na prática do ensino da história e da cultura africana nas escolas

Com Fábio Gonçalves, responsável pelo Ensino Fundamental e Médio da Secretaria de Educação de Cubatão

Dia 7 de agosto, 14h30
A atividade é aberta a todos os interessados e o IPJ fornecerá certificado aos participantes.

Instituto Paulista de Juventude
Av. Celso Garcia, 3770 - sala 24 - (próx. ao metrô Tatuapé)
Inscrições pelo site http://www.ipejota.org.br/ (em breve)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lula critica antecessores que não incentivaram acesso de pobres ao ensino superior

Texto divulgado pela Agência Brasil diz que o presidente Lula criticou seus antecessores, que não incentivaram acesso de pobres ao ensino superior. A fala do presidente ocorreu na abertura do seminário sobre perspectivas profissionais para alunos da primeira turma de formandos em medicina do Programa Universidade Para Todos (ProUni).

Dizer que o ProUni é a salvação da educação superior seria hipocrisia, mas, se o Lula falou realmente o que o texto credita a ele, eu concordo com o presidente.

Apesar de eu defender que todos tenham acesso à universidade pública, gratuita (sem a cobrança de nada além dos impostos e taxas já cobrados) e de qualidade, não seria possível continuar esperando eternamente que hajam vagas para todos em universidades públicas. Era preciso garantir o acesso ao ensino superior, mesmo em universidades particulares.

O número de pessoas que conseguiram entrar em uma universidade e concluir o ensino superior graças ao ProUni é bastante grande. Todas essas pessoas agradecem a oportunidade que tiveram e aprovam o programa. Com isso, avalio que o ProUni cumpre seu objetivo e espero que continue possibilitando o acesso de outras pessoas à universidade.

Paralelamente, o Governo Federal investe na criação de novas vagas em universidades públicas. Diversas instituições federais de ensino superior foram criadas. É claro que ainda é pouco. É preciso continuar também com a política de ampliação de vagas e, mais do que isso, aumentar o montante de recursos destinados à educação, para garantir a melhoria da infraestrutura, dos salários dos professores e demais profissionais da educação e dos cursos de qualificação (educação continuada). Somente assim teremos não apenas vagas, mas a possibilidade de oferecer ensino de qualidade.

A história das coisas

Ouvimos muita gente falando que é preciso reciclar, que o meio ambiente é fundamental para a sobrevivência do ser humano, que isso e aquilo... Concordo com tudo isso, mas é preciso ir além.

Poucas vezes vejo alguém ir ao cerne do problema, que é o consumo desenfreado, até mesmo muitas das organizações que defendem o meio ambiente. Talvez por que muitas delas são bancadas por quem se beneficia do consumismo da sociedade.

O vídeo A história das coisas (The Story of Stuff), de uma maneira bem didática, consegue, em pouco mais de 20 minutos, apontar onde está o real problema e faz o alerta: Não basta apenas reciclar, é preciso, paralelamente, reduzir o consumo.

No site é possível baixar o vídeo para salvar em CD em espalhar todo o conhecimento que ele traz.

Quando eu vi pela primeira vez, me fez lembrar do clássico Ilha das flores (esse de produção nacional).

Com certeza será muito útil para o debate na Campanha da Fraternidade de 2011, que será sobre meio ambiente.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

GT de Educação do IPJ

No domingo (11/9), aconteceu a reunião mensal do GT de Educação do IPJ. Além de estudarmos o texto Currículo e Desenvolvimento Humano, que faz parte do documento Indagações sobre Currículo, elaborado pelo MEC, também foi definido o calendário de atividades do segundo semestre.

As reuniões do GT acontecerão nos dias 1/8, 19/9 e 17/10. Em novembro a reunião acontecerá durante a reunião de planejamento do IPJ (27 e 28/11). A confraternização também será realizada em conjunto com os demais membros do IPJ, no dia 5 de dezembro.

Também foram definidas as datas das duas atividades ampliadas a serem realizadas pelo GT de Educação do IPJ no segundo semestre. Uma no dia 7 de agosto e a outra no dia 6 de novembro.

No dia 7 de agosto, às 14h30, Fabio Gonçalves, responsável pelo Ensino Fundamental e Médio da Secretaria de Educação de Cubatão, vai falar sobre os acertos e os equívocos da “Prática do ensino da história e da cultura africana nas escolas”. A atividade é aberta a todos os interessados e o IPJ fornecerá certificado aos participantes.

Em breve, será feito um folder a ser distribuído via internet e disponibilizado no site do IPJ para informações adicionais e inscrições.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Para ler e entender

Admiro muito os programas produzidos pela TV Cultura (São Paulo). São programas que acrescentam conteúdo aos telespectadores, ao contrário da maioria dos que temos na TV brasileira, que pouco (ou nada) acrescentam, apenas roubam o tempo que poderia ser utilizado para se adquirir conhecimento.

Esta postagem é para indicar um programa que será exibido pela TV Cultura nesta quinta-feira (20/5, amanhã), às 23h, com reexibição no domingo, às 20h. Trata-se da série “Autor por autor”, sobre João Ubaldo Ribeiro.

Além de falar das obras de grandes escritores brasileiros, a série mostra como esses “mestres” de nossa literatura viveram e como eles adquiriram conhecimento ao decorrer de suas vidas até chegarem ao reconhecimento nacional.

O programa de estréia foi exibido em novembro de 2009 e falou sobre Lygia Fagundes Telles.

Com certeza é uma série que contribui para a criação de leitores, pois leva ao entendimento e, consequentemente ao gosto por aquilo que se é indicado a ler.

Quem quiser outra opinião, leia o texto publicado hoje (19/5/2010) no jornal O Estado de S.Paulo.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

De Olho no Plano

Principalmente quem é da cidade de São Paulo precisa acessar o site De Olho no Plano, que foi criado para apoiar o processo de mobilização da sociedade civil para a construção do Plano de Educação da cidade. Mas, pode cvontribuir com a reflexão de pessoas de outras cidades também.

O site divulga notícias sobre as atividades realizadas, depoimentos, entrevistas e artigos sobre o processo, além da agenda das plenárias e encontros temáticos.

Aqueles que tiverem interesse em publicar uma ação de sua escola ou comunidade no site, é só escrever para deolhonoplano@acaoeducativa.org. Na seção “A Educação em São Paulo”, em “Sua Região”, é possível acessar o diagnóstico de cada um dos 96 distritos da cidade, com mapas, indicadores e estatísticas para baixar em PDF, imprimir, e levar para o debate. Esse material foi desenvolvido para o De Olho no Plano pelo Instituto Lidas/Casa dos Meninos, em parceria com a Ação Educativa.

Em “Como Participar”, estão disponíveis sugestões de atividades em escolas, bairros ou envolvendo crianças e adolescentes. Também estão listados documentos e sites de referência para subsidiar a discussão sobre educação na cidade.

O site De Olho no Plano foi desenvolvido pela Ação Educativa, com o apoio do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad) e da Save The Children UK. O projeto foi selecionado no Fundo por meio do edital 2009 e recebeu doação de parte dos recursos do Instituto C&A. O site conta ainda com a parceria do GT Educação do Movimento Nossa São Paulo.

O PlanoHá uma década, a construção participativa do Plano é uma reivindicação da sociedade civil paulistana. Depois de quase dois anos de discussão com o poder público, o plano de educação para a cidade de São Paulo está sendo construído coletivamente, em um processo que deve culminar com a realização da Conferência Municipal de Educação, de 18 a 20 de junho.
Desde março, já foram realizadas mais de 1.600 atividades nas escolas. Até o dia 22 de maio, será possível realizar plenárias livres com o mínimo de dez participantes. Também é nesse período que devem acontecer plenárias em cada uma das 31 subprefeituras, onde serão eleitos delegados para a Conferência e definidas prioridades e propostas gerais para o plano da cidade.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Indicação de leitura


Já havia recomendado a leitura do blog do Luiz Araújo. Mais uma vez utilizo esse espaço para fazer essa mesma recomendação. O blog está, aliás, entre os meus favoritos. Sempre vale à pena lê-lo. Mas, posto essa mensagem para pedir a todos que não deixem de ler o texto “Precedente perigoso”, publicado no dia 12 de maio. Fala sobre o Fundeb.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lutar não é crime! É obrigação de todo educador

Há algum tempo postei o manifesto do Comitê Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. Algumas pessoas ficaram interessadas em mais informações sobre o Comitê. Resolvi postar essa mensagem com o link do blog. Mas, quem quiser mais informações, mande e-mail para lutarnaoecrime@gmail.com. Tenho certeza receberá resposta rapidinho.

O fato é que a mídia e outras instituições reacionárias de nosso país e do mundo tentam incriminar os movimentos sociais. Fazem isso para intimidar e evitar que o povo oprimido se organize e lute por seus direitos. O Comitê tem a função de denunciar todas essas intimidações, divulgar as ações realizadas pelos movimentos sociais e tornar público todas as ações cometidas pelos reacionários que prejudicam a população, o meio ambiente, enfim, que "queimem" a imagem desta corja que pensa somente no lucro e nem um pouco no ser humano.

Mas, esse é apenas um desabafo. Quem quiser mais informações, o ideal é entrar no blog do Comitê e mandar mensagem para o endereço eletrônico que passei acima.

E o que isso tem a ver com educação? O mestre Paulo Freire nos ensinou que “ensinar exige luta em defesa dos direitos dos educadores”, “ensinar exige comprometimento”, “ensinar exige convicção de que a mudança é possível”, “ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo”... Mais algum motivo?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Borandá!?

Todos os anos o Instituto Paulista de Juventude (IPJ) promove um curso sobre políticas públicas de juventude durante o feriado de Corpus Christi, o Borandá.

Neste ano, o tema é Educação e será realizado em parceria com a Ação Educativa. Quem puder, vale à pena fazer o curso. O investimento é de R$ 25,00.

O curso será realizado em São Paulo, de 3 a 6 de junho (feriado de Corpus Christi). As vagas são limitadas.

Que tipo de leitura indicamos para nossos alunos?

Um texto veiculado pelo Comunique-se* levou-me a escrever esse texto. O título do texto é: “Antropólogo acusa Veja de ‘fabricar’ declaração”.

Sou jornalista, atuo como assessor de imprensa, e não leio mais a “Óia” faz muito tempo. Somente faço isso quando alguma “matéria” cita algum dos meus assessorados. Também não indico a leitura desta revista para ninguém. Quanto mais para pessoas em formação, como os jovens dos grupos que assessoro.

Digo o motivo. A revista é totalmente tendenciosa, mas tenta passar uma imagem de independente. Isso prejudica a forma como ela é lida.

Para deixar mais claro. Quando se lê um texto sabendo que ele “puxa a sardinha” para um lado, sabemos que temos que considerar o fato de que existe a tendência de o veículo de comunicação “puxar a sardinha”. Mas, como a revista não declara sua posição, leitores menos informados podem acreditar piamente no que os textos dizem. Desta forma, a tarefa de incutir sua ideologia é facilitada.

Por isso, mais do que não indicar a leitura, toda vez que alguém me diz que leu um texto sobre qualquer tema na revista “Óia”, explico que a revista não merece tanta credibilidade quanto algumas pessoas ainda dão a ela.

Tudo o que se publica nesta revista deve ser lido com muito cuidado. É preciso ter bastante conhecimento do assunto e buscar sempre outras fontes de informação para contra-balancear a informação oferecida pela revista.

Como, atualmente – infelizmente –, grande parte dos jovens não lê muito e não tem o costume de contrapor as informações que recebem (leem), prefiro não indicar a leitura desta revista para não colocá-los em risco. Risco de ler uma coisa pensando ser realmente aquilo, mas na verdade ser outra coisa.

Acredito que todos aqueles que têm a responsabilidade pela formação de outra pessoa deva tomar esse tipo de cuidado. E digo mais, não é somente a “Óia” que utiliza esse artifício. Precisamos estar muito atentos com o tipo de leitura que indicamos aos nossos alunos.


* Portal que oferece serviços e produtos para jornalistas e empresas de comunicação, além de refletir sobre a atuação da imprensa.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Manifesto



“LUTAR NÃO É CRIME”

O Comitê Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais é um amplo fórum de mobilização, debate e unidade de lutas populares composto por movimentos sociais, entidades de defesa dos direitos humanos, pastorais sociais, partidos políticos e mandatos populares. Este instrumento político busca contribuir na denúncia e no enfrentamento de uma das principais violências que nos deparamos atualmente em nossa sociedade: a criminalização das lutas e dos movimentos sociais.

Nossa sociedade está sendo arrebatada por uma perversa e ideológica inversão, que maquia e manipula a realidade. Aqueles que, historicamente, mantém a lógica dos privilégios, da concentração de renda e de terras, da pobreza das massas e da manipulação da comunicação e da informação, se vitimizam frente as lutas reais e legítimas das trabalhadoras e trabalhadores dos diversos movimentos sociais. Ora, é crime reivindicar e lutar para a efetivação dos artigos 5º e 6º da Constituição Federal? Mais que isso, e muito mais legítimo e cotidiano: é crime se organizar para superar a fome e a miséria, o desemprego e o subemprego, a perda da humilde habitação por conta de enchentes, para garantir dignidade ou simplesmente sobreviver frente às grandes taxas de homicídios que têm como alvo as periferias, especialmente a juventude?

É crime qualquer situação que ponha em risco a vida humana em sua integralidade, seja material ou espiritual. Nosso momento é crucial: compreender a noção de crime não meramente no âmbito jurídico, mas, sobretudo, no âmbito ético e humano. E a luta pela promoção da integralidade de cada ser humano é ação política e social, é a busca de uma nova ordem política e econômica que tenha a justiça social como seu fio condutor, diferente de nosso atual modelo neoliberal.

Por conta disso, o Comitê Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais afirma veementemente que:

É crime o latifúndio, a monocultura e o atual modelo de agronegócio;
É crime o trabalho escravo, o desemprego e o subemprego;
É crime os suntuosos lucros do capital financeiro, das grandes empresas privadas transnacionais e nacionais;
É crime a falta de educação pública de qualidade, assim como a falta de creches e de vagas para estudantes em escolas do ensino básico e do ensino superior, bem como a cobrança de taxas pelo ensino público;
É crime a utilização do interdito proibitório pelo Judiciário, como instrumento para perseguir, intimidar e impedir a organização sindical dos trabalhadores;
É crime a falta de moradia de qualidade, assim como a falta de infra-estrutura que causa enchentes e inundações no lar de trabalhadoras e trabalhadores;
É crime o sucateamento do sistema prisional, a violência e a repressão com que são tratados os moradores das periferias, a população de rua e os jovens;
É crime o monopólio da comunicação e da informação em nosso país, assim como a manipulação que sofrem pelas mãos das empresas de comunicação e das famílias que as controlam.

É luta social e política legítima e legal as reivindicações dos movimentos sociais que defendem os direitos humanos e sociais;
É luta social e política legítima e legal as greves das trabalhadoras e trabalhadores, tanto na iniciativa privada quanto no serviço público;
É luta social e política legítima e legal as ocupações em propriedades rurais improdutivas ou griladas;
É luta social e política legítima e legal as ocupações em imóveis abandonados e entregues à especulação imobiliária;
É luta social e política legítima e legal o resgate da memória histórica do Brasil e das dívidas sociais;
É luta social e política legítima e legal o esclarecimento dos crimes políticos e as violações dos direitos humanos por parte da ditadura militar e civil no Brasil, de 1964 a 1985;
É luta social e política legítima e legal os movimentos e ações dos grupos juvenis contra a violência e contra o extermínio juvenil;
É luta social e política legítima e legal a manifestação pública daqueles que têm seu lar violentado por enchentes e inundações, e que exigem soluções e encaminhamentos urgentes do Poder Público;
É luta social e política legítima e legal a busca de maior investimento para a agricultura familiar, que produz o alimento para o povo brasileiro;
É luta social e política legítima e legal as intervenções de estudantes por educação pública de qualidade nos níveis infantil, fundamental, médio e superior, sem a cobrança de taxas além dos impostos já pagos.

Criminosa é a elite agrária, industrial e financeira, que coloca seus lucros acima da vida e dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras. Criminosos são os representantes corruptos nos parlamentos e nos poderes executivos, criminosos são os membros do judiciário, omissos e negligentes com a corrupção e com as injustiças.

Os Movimentos Sociais e as suas lutas são frutos da organização do povo, das trabalhadoras e dos trabalhadores, expressão de criatividade e de descontentamento com uma realidade que viola a vida e ação pela busca de direitos e justiça.


Comitê Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais

Por Justiça!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Educandos e educadores: Seus direitos e o currículo – Apresentação

Antes de começar a postar minhas reflexões sobre o texto Educandos e educadores: Seus direitos e o currículo, acho interessante que vocês leiam uma pequena apresentação do documento, presente no próprio texto.

“Em ‘Educandos e Educadores: seus Direitos e o Currículo’, de Miguel Gonzáles Arroyo, há uma abordagem sobre o currículo e os sujeitos da ação educativa: os educandos e os educadores, ressaltando a importância do trabalho coletivo dos profissionais da Educação para a construção de parâmetros de sua ação profissional. Os educandos são situados como sujeitos de direito ao conhecimento e ao conhecimento dos mundos do trabalho. Há ênfase quanto à necessidade de se mapearem imagens e concepções dos alunos, para subsidiar o debate sobre os currículos. É proposta do texto que se desconstruam visões mercantilizadas de currículo, do conhecimento e dos sujeitos do processo educativo. O texto traz crítica ao aprendizado desenvolvido por competências e habilidades como balizadores da catalogação de alunos desejados e aponta o direito à educação, entendido como o direito à formação e ao desenvolvimento humano pleno.”