segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A criança e sua capacidade de aprendizado

Tem gente que subestima a capacidade de aprendizado das crianças. Agem e falam com as crianças como se elas não tivessem capacidade de entender.

Depois, quando elas se tornam adultas, reclamam por elas terem atitudes reprováveis, ou por não saberem certas coisas.

É na infância que o ser humano está mais suscetível a aprender. Por que isso não é aproveitado?


domingo, 26 de fevereiro de 2012

CNTE, Apeoesp e o cordeiro imolado

Desde o ano passado a Jornada do Piso é causa ganha para os Professores de todo o Brasil e em vários estados da federação, inclusive nos administrados pelo PT observamos o não cumprimento da lei 11738/08 que trata da lei do piso salarial profissional.

Só que o ano de 2011 não era ano eleitoral, assim como em 2007, quando o então Ministro da Previdência e atual Prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, sentou junto com a APEOESP (Associação dos Professores Oficiais do Estado de São Paulo) e o Governo do Estado de São Paulo para criar uma lei que criava entre os professores temporários as categorias F,L,O,S,P,V e N com a Lei Complementar Nº 1.010/2007, em que o Governo Federal ganhava as categorias L,S,N,O, P, S como contribuintes do INSS. Em 2009, que também não foi um ano eleitoral, o Governo do Estado de SP aproveitou para, por meio do ex-governador José Serra cometer mais uma agressão aos Professores do Estado de São Paulo: a famigerada prova do mérito que foi aprovada com a Lei Complementar Nº 1.097/2009.

Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo sabiamente proferiu as maiores agressões ao Professorado Paulista em anos que não eram eleitorais, porque sabia que os líderes sindicais tanto a Direção Majoritária da Apeoesp (Chapas 1 e 2) como os grupos de Oposição precisavam de palanques em anos eleitorais e para isso sempre usaram o CORDEIRO IMOLADO (PROFESSORES)pelas avenidas da cidade de São Paulo, atos públicos na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e para derramar o sangue no sentido mais stricto do termo no Palácio dos Bandeirantes.

Deixei para escrever esse pequeno texto para o Blog Prioridade Educação depois de assistir agora há pouco o Programa Semanal da APEOESP na Rede TV. E a presidenta personalista daquela entidade foi enfática juntamente com os deputados do PT ao dizerem que a Assembléia dos Professores do Estado de SP será no Palácio dos Bandeirantes.

Daqui para frente não preciso escrever mais nada, o script desse cenário perfeito para cenas de sangue e fotos para campanhas eleitorais dos líderes sindicais será perfeito para se repetir o que aconteceu em 2010 na greve dos Professores em que essa pessoa que escreve estava presente.

O CORDEIRO IMOLADO (PROFESSORES) derramará seu sangue e seu suor em benefício de fotos para campanhas eleitorais de PT,PSOL, PSTU, PC0 e outros nanicos que sob a mantra de defensores dos trabalhadores estarão sim em plena campanha eleitoral afinal este é um ano eleitoral, neste ano sim vale a pena lutar.

E assim a saga dos Professores da Rede Pública Estadual segue... E esses professores continuam sendo sustentadores das Chapas 1 (Articulação Sindical - PT) e chapa 2 (PSTU). A vida segue no proletariado paulista e para quem não gosta do termo "proletário"... Vou ser redundante mesmo...Assim a vida segue na cátedra paulista...

Sem mais, subscrevo-me e lembro que este ano não serei CORDEIRO IMOLADO

Adilson Ferreira

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carta aberta aos professores que detestam aulas (2007)

Fiz essa carta no início da faculdade. Estava indignado, sem saber muito o que fazer, então tirei muitas cópias e colei em várias portas, corredores do 4º andar da UERJ, ...
Mais tarde caiu a ficha: não bastam ações individuais, isoladas e tal para resolver.
Certamente não tenho a mesma cabeça desde que escrevi esse texto, 2007, mas continuo pensando o seguinte: as condições de trabalho são ruins, o salário é baixo, etc. Mas a solução não é "ir levando, empurrando com a barriga", ... É organizar a categoria e fazer LUTA! O curioso é que, às vezes, aqueles que reclamam e enrolam, quando tem proposta de reivindicação, denúncia, greve, etc., ficam em casa ou então... furam greve pra assinar o ponto e fazer qualquer coisa na sala de aula! Estado fingindo que dá condições e paga, profissional fingindo que trabalha e alunos fingindo que estudam... conveniente para todos os acomodados.

Mas em breve serão os INCOMODADOS que vão predominar!

Além disso, a educação reflete as condições gerais da sociedade, não poderia mesmo ser uma ilha de hamronia nesse mundo... o capitalismo já "deu o seu melhor", não adianta esperar mais dele, corrigir aqui, reformar ali, etc. Só com ruptura, mudança radical, transformações profundas... revolução.




Estimados e ilustres professores que não são muito chegados a essa história de dar aulas, Saudação de Paz e Bem!

A presente carta expressa a aflição de um estudante do Departamento de Geografia da UERJ há algum tempo fascinado pela carreira do Magistério, não obstante todo o descaso possível em nossa sociedade para com a categoria dos "mestres".

Eu só queria entender: como alguém que escolheu abraçar a missão de educar pode detestar, evitar as aulas ou mesmo ministrá-las com inigualável má vontade? Ou será que o compromisso com a educação é um mero detalhe face às atribuições de um pesquisador? Por favor, me entendam: minha intenção não é emitir um discurso carregado de proselitismo, mas apenas pôr em evidência a seguinte questão: quais são as nossas concepções de Universidade Pública e de Professor!?

Corro o risco de estar extrapolando ou sendo inoportuno, mas mesmo assim conto com a compreensão de todos para com essa minha enorme aflição. Que exemplo os professores que detestam aulas têm para nos dar? Ou, se não se preocupam com isso, façam a gentileza de expor as razões.

Será muita exigência querer que nossos mestres sejam comprometidos com a grande responsabilidade que têm na formação não só de profissionais, mas de cidadãos críticos e participativos a serviço "das causas da humanidade", como li outro dia desses no juramento escrito no convite de formatura de meus colegas?

Estou ciente de que nem todos os nossos professores poderão se sentir sensibilizados a respeito do papel da educação diante da necessidade de transformação social. Sei também que nem todos assumem a responsabilidade da posição de formador de opinião, de agente de promoção da liberdade, enfim, de formador, educador. Contudo, eu não suportaria tudo isso sem me manifestar em vista do imperativo de cobrar coerência daqueles que se propõem professores, universitários ou não.

Não venho cobrar ideologias, porque isso fica a cargo de cada um, mas posso cobrar ética. Meu clamor não é, como não poderia ser, para que os professores que detestam aulas adotem uma ou outra corrente pedagógica, tampouco para que trabalhem de acordo com determinada linha política.

Reivindico sim, que os mesmo reflitam sobre sua prática e suas conseqüências para o povo fluminense e brasileiro e que ao menos deixem de faltar a tantas aulas, de terem tão pouca dedicação no preparo e tão pouca preocupação com a qualidade das mesmas.

Com carinho,
Caio Andrade

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Audiência debate jornada extraclasse com professores da rede pública

Categoria ameaça entrar em greve caso governo não cumpra liminar

A Comissão de Educação e Cultura, presidida pelo deputado Simão Pedro (PT), recebeu nesta quarta-feira, 15/2, professores da rede oficial de ensino, entidades de classe e o representante da Secretaria Estadual da Educação, Maurício Tuffani, para discutir a jornada extraclasse, assunto que tem entendimentos diferentes por parte do Estado e dos professores.

Enquanto o Estado, segundo o representante da secretaria, entende que se antecipou à lei e já cumpre o limite de 2/3 da carga horária para atividades em interação com alunos, os professores e suas entidades representativas, como a Associação dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Centro do Professorado Paulista (CPP), afirmam que o cálculo correto é o previsto na Lei Federal 11.738/2008 (Lei do Piso Salarial Profissional Nacional). O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar à Apeoesp determinando que o Estado aplicasse de imediato a lei federal, suspensa em decorrência de recurso impetrado pela secretaria.

Piso é uma realidade
Falando pela Apeoesp, sua presidente Maria Izabel Noronha lembrou que o piso é uma luta de 200 anos e, agora, tornou-se realidade. Noronha declarou-se indignada pela atitude protelatória do governo paulista e anunciou que a categoria entrará em greve nos dias 14, 15 e 16 de março, caso não haja nenhuma atitude do governo no sentido do cumprimento do que determina a liminar.

O professor José Maria Cancelliero, presidente do CPP, condenou a atitude da Secretaria da Educação que, representada por Tuffani, assessor de comunicação do órgão, apresentou cálculos e planilhas na tentativa de justificar a posição do governo. Para José Maria, o espírito da lei é de "aliviar a carga do professor". Ele acusou a Secretaria da Educação de omissão: "nós ficamos na dependência dos tribunais. Mas não é o tribunal que dirige a educação. Nós queríamos dividir com a secretaria as decisões e gostaríamos de terminar o ano letivo sabendo o que vai acontecer no ano seguinte, mas não é isso que acontece", lamentou.

Pinheirinho x liminar dos professores
O deputado Carlos Giannazi (PSOL), professor por formação, enumerou diversos problemas que seus colegas enfrentam, como excesso de alunos por sala e condições precárias de alguns prédios escolares. Giannazi lembrou que São Paulo, apesar de ser o Estado mais rico do país, não remunera bem os professores e, ainda, não cumpre decisão judicial. "Houve pressa para cumprir a liminar do Pinheirinho, que deixou milhares ao relento, mas há total desrespeito à liminar do TJ que manda aplicar a lei", protestou Giannazi.

O deputado Edinho Silva (PT) defendeu a reivindicação dos professores e lembrou da importância da educação na formação das pessoas, mesmo argumento usado pela deputada Leci Brandão (PCdoB), que manifestou seu apoio aos professores. Leci conclamou o secretário da Educação, Herman Voorwald, a ser mais receptivo com a causa dos professores, apesar de ter ressalvado o bom atendimento aos pleitos de educação em comunidades quilombolas que tem encaminhado à secretaria.

A deputada Telma de Souza (PT), também educadora por formação, apoiou totalmente as demandas dos professores e apresentou dados de escolas de Santos que teriam salas ociosas por conta da superlotação de outras, medida que o governo, segundo ela, estaria usando para economizar com professores. Telma contou que uma diretora foi demitida de uma escola em Santos após ter se recusado a juntar alunos em uma só classe.

O contraponto à série de críticas partiu do deputado Mauro Bragato (PSDB), que se comprometeu a tentar encaminhar soluções para o impasse entre secretaria e professores. Bragato ofereceu apoio aos professores sem descartar a justeza das arguições do representante da Secretaria da Educação.

Outros representantes dos professores também ocuparam a tribuna para criticar a política educacional do governo estadual. Simão Pedro, antes de encerrar a audiência, prometeu encaminhar ao secretário da Educação os diversos bilhetes que recebeu durante a audiência reclamando de desativações de salas de aula e más condições de prédios escolares.

Também estiveram presentes à audiência, os deputados João Paulo Rillo (PT), André do Prado (PR), Luiz Claudio Marcolino (PT), Olimpio Gomes (PDT) e Ary Fossen (PSDB).

Fonte: Alesp – Texto:Joel Melo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Greve Nacional da Educação. Eu apoio.


Os professores estão chamando uma Greve Nacional da Educação para os dias 14, 15 e 16 de março. Eu apoio a greve e deixo  claro que a categoria sabe que a greve não é boa para os alunos, muito menos para a educação e para o país, mas é a última alternativa, depois de tantas tentativas de negociação. Aqui no estado de São Paulo, o governo do Chuchu Alckmin e seu secretário da (Des)Educação lutou na Justiça (e perdeu), mas insiste em não cumprir o que determina a Lei.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Correta Jornada do/a Professor/a: questão Educacional, Moral e Legal

A aula, a relação direta entre professor/a e estudantes, é um ponto de partida para o estudo e a construção de saberes, para o desenvolvimento cognitivo e relacional, para reflexões e atuações cidadãs, para a capacitação para o presente e para o futuro. Enfim, para a formação integral de seres humanos.

Mas a aula também é um ponto de chegada, é fruto de um planejamento pedagógico, da preparação feita pelo/a professor/a, pormenorizada nas especificidades de cada turma e, mais ainda, nas características individuais de cada estudante. A aula é preparada, também, a partir das atualizações e contínuos estudos dos/as professores/as, que necessitam ser debatidos e pensados coletivamente entre os/as profissionais de uma mesma escola, dada a transversalidade das questões e das disciplinas. Para que as aulas avancem e de fato acompanhem o desenvolvimento de cada estudante, os/as professores/as também partem das atividades realizadas, que precisam ser minuciosamente avaliadas e analisadas.

"Imaginem" não haver tempo e condições de fato para a realização de toda essa preparação? Como será a aula? Que ponto de partida ela desencadeará? O que a aula poderá (des)construir?

Essas são as perguntas que devem nos mobilizar frente a lei 11.738/08, referente à jornada de trabalho dos/as professores. Há, é claro, outras questões fundamentais para que se tenha condições mínimas para uma boa aula, como a valorização do/a professor/a e a quantidade de alunos por sala, por exemplo. Ao lado delas, é urgente a implementação correta da jornada da lei do piso nacional dos professores, que determina 1/3 da jornada para as atividades extra-classe de preparação de aulas.

Esse não é um assunto de professores! Esse é um assunto da sociedade! Se queremos pensar em qualidade de vida e em desenvolvimento social, temos aí um assunto urgente!

Abaixo, segue a "Carta Aberta à População", elaborada pela APEOESP.

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

Governo de SP não cumpre decisão judicial
Pela aplicação imediata da jornada do piso aos professores!!

O Governo do Estado de São Paulo vem se comportando à revelia da lei e da justiça. Só aplica as leis e as decisões judiciais que lhe convêm. Prova disso é que mandou a polícia invadir o bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, com grande violência, com base em uma liminar, mas se recusa a implantar a jornada semanal de trabalho dos professores da rede estadual de ensino conforme determina a lei federal 11.738/08 (lei do piso salarial profissional nacional), embora haja ordem judicial para fazê-lo.

Pela lei 11.738/08, combinada com lei complementar 836/97 (estadual), a jornada de trabalho integral do professor deve ter 26 aulas e o restante do tempo (14 horas) deve se destinar a Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo e Horário de Trabalho Pedagógico em local de Livre Escolha. Estes horários são destinados a reuniões de equipe, formação no local de trabalho, preparação de aulas, formulação e correção de provas e trabalhos; e outras atividades.

Nós, da APEOESP, fomos à justiça pelo cumprimento da lei. Ganhamos a liminar, mas o governo, pasmem, não acatou a ordem judicial. Recorreu e perdeu. Agora temos uma sentença favorável à nossa causa e, mesmo assim, o governo continua a usar todos os recursos e manobras protelatórias para não cumpri-la.

O cumprimento desta lei é fundamental para a qualidade do ensino que oferecemos aos nossos alunos. Com menos aulas e mais tempo para Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo e de Livre Escolha, o desgaste será menor e menos professores adoecerão. Mais importante que tudo: poderemos preparar melhor nossas aulas e acompanhar com atenção todos os alunos, principalmente os que têm maiores dificuldades.

Apesar do governo estadual insistir em não acatar a lei em favor da qualidade do ensino e da comunidade escolar, não vamos nos intimidar e levaremos esta luta até o fim. Vamos a Brasília, lutar nos tribunais federais para que a lei seja cumprida. E vamos às ruas lutar pelos nossos direitos e pela qualidade da educação.

Os professores estão mobilizados e se preparam para uma grande greve em março, se o governo continuar se comportando fora da lei. Contamos com o apoio de toda a comunidade, porque a razão, a lei e a justiça estão do nosso lado.

Diretoria da APEOESP

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Municípios não informam corretamente como gastam dinheiro da educação

Suellen Smosinski
Do UOL, em São Paulo

Nas contas dos municípios – pelo menos no que se refere à educação – o detalhamento dos gastos é colocado de lado e as prestações de contas são mais relatórios que vão cumprir a burocracia que instrumento de gestão e planejamento. Essa é uma das conclusões que se pode tirar do estudo Perfil dos Gastos Educacionais nos Municípios Brasileiros, realizado pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

“Não dá para dizer que uma criança de educação infantil custa R$ 3,75 por ano, como fez uma prefeitura”, afirmou Cleuza Repulho, presidente da Undime. Numa prestação de contas no sistema federal de controle de gastos (o Siope - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação), um secretário municipal informou esse valor.

Segundo o relatório da Undime, “não há controle prático sobre os gastos que efetivamente são registrados nos balanços contábeis como realizados para manutenção e desenvolvimento da educação”. Para se ter uma ideia, os municípios foram responsáveis por 39,1% das verbas investida no setor em 2009, contra 19,7% da União segundo um estudo publicado pelo Ipea no final do ano passado.


Erro
A tentativa (frustrada) de levantar o perfil dos gastos educacionais dos municípios brasileiros fez a Undime perceber que muitas secretarias não informam corretamente os valores ao Siope e, portanto, ao MEC (Ministério da Educação). Os formulários deveriam ser preenchidos pelos secretários municipais de educação de cada cidade, mas o estudo concluiu que, muitas vezes, essa atividade é terceirizada para escritórios de contabilidade.

Não haveria problema se os gestores mantivessem controle sobre quanto e como é gasto o orçamento da educação. Com isso, os dados oficiais sobre os investimentos em educação acabam distorcidos. A situação fica mais delicada no contexto da tramitação do PNE (Plano Nacional de Educação) na Câmara dos Deputados, em que uma das principais disputas é justamente o percentual do PIB investido na área.

Diante das inconsistências observadas no sistema federal, a Undime entrou em contato com prefeituras de mil municípios para realizar um estudo próprio, porém, muitas delas não responderam ao questionário ou apresentaram dados imprecisos. A região Norte, por exemplo, ficou de fora da estimativa sobre gastos por aluno com creche e EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o Estado do Amapá não teve nenhum questionário respondido. O estudo final contou com apenas 224 municípios, o que representa 22,4% da amostra inicial.

Para a presidente da Undime, “os prefeitos devem ter nos secretários de educação um parceiro que saiba gerir as verbas de acordo com a necessidade do município”. Ela também afirma que o problema principal não é gestão e sim a falta de recursos. “Quando a gente consegue concentrar dinheiro e esforços faz toda a diferença para a qualidade da educação”, disse.

Gastos por aluno
Com os dados disponíveis, a Undime concluiu que o Nordeste gasta 4,4 vezes menos que o Sudeste por aluno na creche. Já, no ensino fundamental, a primeira região gasta pelo menos duas vezes menos que a segunda. “Nenhuma criança pode ter a sorte ou o azar de nascer em um local onde o gestor seja mais ou menos comprometido com a educação”, afirmou Cleuza sobre as desigualdades apontadas no estudo.

Para ver a tabela com a estimativa de valor por aluno das redes municipais por Região (ano de 2009) acesse o link abaixo.

Pesquisa destaca atraso no ensino

Mariana Mandelli

Cerca de um terço (31,29%) dos alunos mais “ricos” do ensino público de São Paulo conclui o ensino fundamental sem ter aprendido os conteúdos de matemática referentes ao 5.º ano desse mesmo nível de ensino. No caso de língua portuguesa, essa taxa é de 19,6% do total de alunos de classe mais alta que estuda em escolas estaduais e municipais.

Entre os alunos mais pobres das redes públicas de São Paulo, 40,24% chegaram ao 9.º ano sem saber o que foi ensinado em matemática no 5.º. Esse porcentual é de 22,43% em português.

Os dados fazem parte de uma pesquisa apresentada ontem,durante o Seminário Líderes em Gestão Escolar, organizado pela Fundação Lemann. São recortes da Prova Brasil 2009 e levam em conta o desempenho na avaliação (de português e matemática) e as respostas dadas nos questionários socioeconômicos que acompanham a prova.São consideradas apenas escolas públicas.

No caso da rede estadual paulista, as taxas são ainda maiores do que a média: 20,39%dos alunos com maior poder aquisitivo do 9.º ano não aprenderam nem os conteúdos de português do 5.º. Em matemática, esse porcentual sobe para 32,33%. “Os números são chocantes e refletem problemas que a rede pública de ensino tem”, afirma a pesquisadora em educação Paula Louzano, coautora da pesquisa, realizada com Ernesto Martins Faria, da Fundação Lemann.

A Secretaria Municipal de Educação afirmou que desconhece a pesquisa. Já o governo estadual afirma que seus indicadores de desempenho superaram as metas do Ministério da Educação (MEC) para todos os níveis de ensino em 2007 e em2009.

Educação Compromisso de São Paulo?

Uma indicação da Priscila Naves, uma companheira de luta pela melhoria da educação. Independente da posição que cada um tem em relação à “prioridade” e às medidas do governo do Chuchu Alckmin para com a educação, é importante acompanharmos para ter o que falar, seja bem ou seja mal.

EPM debate “Educação Compromisso de São Paulo”

A Escola Paulista da Magistratura (EPM) debate, no próximo dia 15, Qualidade na educação e desenvolvimento social: reflexões jurídicas sobre o programa Educação Compromisso de São Paulo.

Direcionado aos profissionais do Direito, o evento pretende difundir e apresentar as alterações legislativas decorrentes da implementação do programa “Educação – Compromisso de São Paulo”, que busca alcançar níveis de excelência para a rede estadual de ensino e valorizar a carreira de professor.

O debate acontece das 9h30 às 11h30 e pode ser acompanhado, por videoconferência, por todos os interessados (não há necessidade de inscrição). Para assistir, basta acessar, no horário indicado, o link disponibilizado no site da EPM (www.epm.tjsp.jus.br).

Promovido pela EPM e pela Secretaria de Estado da Educação, o evento tem o apoio do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado, da Defensoria Pública, da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), da Escola Superior da Procuradoria-Geral do Estado (ESPGE) e da Escola da Defensoria Pública do Estado (Edepe).

Como expositores participam o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald; o corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini; o presidente do Instituto de Co-responsabilidade pela Educação de Pernambuco (ICE), Marcos Magalhães; e a diretora executiva da ONG "Todos pela Educação", Priscila Cruz.

O Programa - Lançado em outubro de 2011, no “Dia do Professor”, Educação – Compromisso de São Paulo foi desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação e pela sociedade civil, como um plano estratégico de longo prazo, que deverá guiar as ações da Secretaria de Educação nos próximos quatro anos e lançar as diretrizes a serem seguidas pela rede estadual de ensino até 2030.

Os objetivos principais do programa são: posicionar o sistema de educação estadual entre os 25 melhores do mundo e tornar a carreira do magistério uma das dez mais admiradas e desejadas do Estado.

Para viabilizar essas metas, o programa foi fundamentado em cinco pilares estratégicos: valorizar e investir no desenvolvimento de recursos humanos na Secretaria; aprimorar as ações e a gestão pedagógica da Rede com foco no resultado dos alunos; lançar as bases de um novo modelo de escola e uma nova carreira do magistério; viabilizar mecanismos organizacionais e financeiros para operacionalizar o programa; e mobilizar, engajar e responsabilizar a Rede, os alunos e a sociedade em torno do processo de ensino-aprendizagem.

Novo modelo de escola - Inicialmente, o “novo modelo de escola” está sendo implantado em 16 escolas de ensino médio da capital. Além da ampliação da carga horária, de 6 para 8 horas diárias, serão feitas atualizações curriculares para atender às novas demandas sociais, bem como o oferecimento de disciplinas eletivas, utilização de laboratórios e salas temáticas, entre outras iniciativas.

O diferencial do modelo, em relação às outras escolas de tempo integral é a integração das disciplinas do currículo, bem como regime de trabalho diferenciado de seus professores – dedicação plena e integral –, conforme estabelecido nos projetos de Lei Complementar 71/11 e 72/11.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O exemplo da educação cubana

A professora e jornalista Luciana Veira, minha amiga desde a época da faculdade, me mandou o link de uma entrevista com o economista e pesquisador estadunidense Martin Carnoy, publicada na Nova Escola. Excelente!

Fala sobre uma pesquisa dele que aponta os possíveis motivos que fazem com que a educação de Cuba obtenha os melhores resultados nas provas de avaliação internacionais.

Seguem abaixo algumas partes da entrevista, mas vale à pena lê-la na íntegra. O link segue no final desta postagem. Os grifos são meus.

================

"Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção."

“...na ilha, elas (as aulas) são mais focadas na aprendizagem do que nos outros dois países.”

“... no Chile e no Brasil despende-se o dobro dos minutos em transições de atividades ou interrupções, como pedidos de silêncio. Isso indica que a prática cubana é mais eficiente, mas também pode ter a ver com o tamanho médio das turmas. Em Cuba, as classes que analisamos tinham em média 17,9 crianças, enquanto nas brasileiras havia 27,9, e nas chilenas, 37,1.”

“... questões [...] mais complexas, que exigem a explicação do raciocínio usado [...] Em Cuba, perguntas desse último tipo aparecem em 55% das aulas. Percebi que no Brasil o mesmo não ocorre. Aqui, predominam as perguntas repetitivas, geralmente respondidas em coro [...] Também há pouca discussão sobre os equívocos. Quando alguém comete um erro, o educador geralmente apaga e chama outro para o quadro. Seria muito mais produtivo perguntar: "Onde está o problema? Por que a solução está incorreta?" Do contrário, ninguém entenderá onde errou.”

“No Brasil, os livros didáticos são abrangentes, mas pouco profundos [...]. Na maioria das vezes, ele (o professor) não consegue apresentar todo o conteúdo trazido pelo material. Em Cuba, há menos variedade de temas, mas cada assunto é explorado detalhadamente e com mais exercícios. O resultado é que no Brasil é bem menor a exigência em termos de habilidades cognitivas.”

“... a garantia de condições de saúde e de segurança e o combate ao trabalho infantil, que também são essenciais à aprendizagem.”

“Por enquanto, (em Cuba) quem se sai bem no Ensino Médio ainda é atraído para o Magistério, considerado uma profissão de relativo prestígio. No Brasil, é preciso recuperar o salário do setor para que ele se equipare ao de outras ocupações de nível superior e atraia os melhores. O Chile deu um passo importante: nos últimos 13 anos, triplicou o salário dos docentes. Como resultado, a nota mínima para ingresso nas faculdades de Educação subiu até 10% entre 1998 e 2001.”

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Entendam a manobra de Chuchu Alckmin contra a Lei do Piso

O texto abaixo foi publicado por Alessandro Pedro no grupo Professores do Estado de São Paulo, no Facebook. Acredito que esclarece muita coisa sobre a manobra realizada pelo governo tucanalha do Chuchu Alckmin, em desrespeito á determinação judicial que obrigava o estado a cumprir a Lei do Piso. Vale à pena ler.

‎2+2 = 5?

O debate que ocorre hoje no Estado de São Paulo sobre a composição da jornada de trabalho docente na educação básica, provocado pela luta dos professores e da APEOESP para que seja aplicada a lei 11.738/08 (lei do piso salarial profissional nacional), tem permitido que se faça uma discussão que vai muito além da organização dos horários de trabalho dos professores.

Quando falamos em educação, falamos de uma atividade que não se compara a nenhuma outra em termos de relevância, função social e complexidade. O professor é o profissional que forma todos os demais profissionais. Pelos bancos escolares todos passam e pela escola pública passam os filhos e filhas da classe trabalhadora. Educação, portanto, tem que ser prioridade em todos os sentidos, desde a destinação de recursos até a atenção que lhe deve ser dispensada a cada momento.

A valorização do professor assenta-se em três pilares fundamentais: salário justo, carreira adequada e formação. A carreira do professor não deve prever apenas de que forma ele evoluirá nos níveis e faixas salariais, mas deve conter regras e dispositivos que assegurem ao professor condições de trabalho para que ele exerça sua profissão com dignidade, contribuindo para a qualidade do ensino.

A lei 11.738/08 é um passo importantíssimo nesta direção, pois estabelece o valor mínimo de remuneração (piso) para todos os professores do Brasil, determina que Estados, Municípios e Distrito Federal criem ou adequem seus planos de carreira e estabelece a nova composição da jornada semanal de trabalho do professor: no máximo 2/3 para atividades de interação com educandos; ou seja, no mínimo 1/3 para atividades extraclasses (HTPC e HTPL, no Estado de São Paulo).

Estes horários, assim organizados, dão aos professores melhores condições para ministrar boas aulas, preparar e corrigir provas e trabalhos e participar de programas de formação em seu próprio local de trabalho e não aos sábados, domingos e feriados, longe de sua cidade, como acontece hoje.

Como se comporta a Secretaria da Educação (S.E.) frente a essa questão? Recusa-se a aplicar a lei, ignora decisões judiciais e, quando forçada pelo juiz a definir uma posição, o faz por meio de uma resolução ilegal e totalmente fora do propósito da lei 11.738/08.

O que a Secretaria faz, contando com os serviços do Coordenador de Gestão de Recursos Humanos da S.E. (ex-DRHU), é uma verdadeira maquiagem aritmética, destinada a tentar provar que cumpre uma lei que ignoraram durante muitos meses. A S.E. se utiliza de um método curioso: traduz a jornada do professor em horas-aula, mas, como a conta não bate, tem que criar uma nova jornada de trabalho, que não está prevista na lei, com 48 horas-aula de duração. Feito isto, contabiliza como horas em local de livre escolha períodos de tempo que o professor passa dentro da escola, pois o relógio não para entre uma aula e outra e o professor não surge instantaneamente em cada sala de aula. Com toda essa engenharia a S.E. reduz apenas uma aula, passando o total semanal de 33 para 32 aulas.

O curioso é que a Secretaria não contestou, nos autos do processo judicial ou fora dele, que aplicava, até o início do ano letivo de 2012, apenas 17% da jornada em atividades extraclasses. Como a redução de apenas uma aula pode ter elevado este percentual a 33% da jornada total? Não há resposta por parte da S.E.

No Estado de São Paulo a lei do piso se combina com a lei complementar 836/97 (plano de carreira), que estabelece claramente que a hora de trabalho do professor tem 60 minutos e as atividades com alunos duram 50 minutos. Logo, 2/3 de uma jornada de 40 horas semanais deve ter 26 aulas de 60 minutos, sendo 50 minutos de cada hora destinados a lecionar. O restante do tempo deve ser utilizado pelo professor para tarefas correlatas, desde atender um aluno, um pai e até mesmo tomar uma água, ir ao banheiro ou deslocar-se para a próxima sala.

Para quem acompanha o processo educativo e compreende a importância da organização dos tempos e espaços escolares para o sucesso da aprendizagem dos estudantes (o que não parece ser o caso das autoridades da Secretaria da Educação) a composição da jornada de trabalho não pode se resumir a um problema de remanejar minutos e segundos de cá para lá. Trata-se de organizar a atividade do professor, dentro e fora da sala de aula, para que ele possa exercer plenamente e com qualidade sua função social.

Por desconhecer esta realidade, nas contas da Secretaria da Educação dois mais dois é sempre igual a cinco.

A voz da professora

Van Ramos

No último 10/fev, foi feita a atribuição de aulas em diversas disciplinas das categorias F e O, na Escola Estadual Senador Filinto Muller, em Diadema - SP. Os/as professores presentes sentiram falta de transparência, recepção digna e direito à participação e sugestões.

Na ocasião, a professora Mariana Mendes, que leciona no local, desabafou as condições nas quais os professores foram acolhidos. Esse fato, ainda que possa parecer pequeno “mostra só uma minúscula ponta de um verdadeiro iceberg”, diz Mendes.


De fatos como esse “muitas vezes nos calamos por dezenas de razões e circunstâncias, uma delas é a falta de esperança de que uma efetiva mudança ocorrerá (na educação)”, fala.

“A Educação Básica pública do país, não diferente no estado de SP, degringola a cada dia. Como construir criticidade,
reflexão e participação (da sociedade)?”, questiona.

Para ela, “o Estado investe pouco, o que é investido é mal administrado. Faltam professores, faltam bons profissionais, falta remuneração digna, condições mais humanas para um real aprendizado, falta vontade. O pior de tudo é se sentir sozinho e no meio de tantos, não saber em quem apostar”, diz Mendes.


Em desabafo, questiona para que exatamente o Estado e o Sindicato se colocam na educação. “Onde fica a educação de qualidade, com profissionais regularmente bem remunerados?”, pergunta.



Abaixo, confira na íntegra o relato feito por Mariana Mendes, sobre a atribuição de aulas na Escola Estadual Senador Filinto Muller.

PROFESSORES ESPERAM POR MAIS DE 4 HORAS PARA TEREM AULAS ATRIBUÍDAS

Texto e fotos - Mariana Mendes

Sob um sol escaldante, mais de 130 professores ocupavam uma área menor que a de uma quadra esportiva escolar. Segundo a diretora, senhora Clélia Salles, a mesma não poderia liberar o pátio para os professores se acomodarem melhor, pois os alunos estavam em aula e as aulas não poderiam ser suspensas para se fazer a atribuição por determinação da Secretária de Educação de SP. Com o calor, alguns professores passaram mal e foram retirados do local, outros sem cadeiras disponíveis, sentavam-se no chão. 

 Além da falta de transparência quanto à classificação dos professores (critério de pontuação e tempo de serviço), a divulgação para o preenchimento das aulas remanescentes foi feita precariamente. Segundo alguns presentes, a diretora da unidade escolar não autorizou a utilização do aparelho Data-show pela Apeosp, a fim de possibilitar o acompanhamento no painel, da sequência dos inscritos. 



Os membros na Diretoria de Ensino e seus auxiliares que faziam as atribuições, também não dispuseram de alternativas para facilitar a transparência do processo. A desorganização deixou professores frustrados, muitos (professores/as) não sabiam ao certo qual era a sua classificação ou em até qual número haviam chamado.

Por fim, com mais de 4 horas de espera e sem muitas expectativas, muitos foram embora.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que você prioriza em sua vida?

A educação é a base de tudo. Ou, pelo menos, deveria ser. Não digo apenas a educação formal, recebida na escola, mas a educação de forma geral. Aliás, a educação poderia ajudar, inclusive, a educação formal.
Pierre Bourdieu já dizia que o capital cultural que os alunos recebem em casa, em seu convívio social como um todo, ajuda, e muito, na apreensão do conteúdo formal recebido na escola.
A educação formal deve receber mais investimentos. Sou favorável que se destine 10% do PIB nacional para a pasta da educação. Sou favorável também que se impeça que os administradores indiquem verbas utilizadas em finalidades diversas como sendo verbas da educação.
O conteúdo programático também deve ser revisto. O governo deve proporcionar cursos permanentes de capacitação aos professores, para que eles se mantenham atualizados de acordo com as mudanças sociais. Os professores e demais profissionais da educação devem ser bem remunerados, afinal, são eles que acompanharão o desenvolvimento intelectual de todas as pessoas, inclusive os governantes de nosso país.
Mas, é fundamental que a educação seja prioridade não apenas para os profissionais da educação. Todo cidadão deve ter a educação como prioridade. Sem educação, ou com má educação, não teremos nem presente e muito menos futuro.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pinóquio Kassab diz que é correto não entregar material escolar no início das aulas

O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta terça-feira um texto no qual o prefeito de São Paulo, Pinóquio Kassab, afirma que “não é correto, nem do ponto de vista organizacional” a prefeitura entregar uniformes e o material escolar para as aulas logo no início do ano letivo.

O jornal lembra que a entrega do “Kit escolar” é uma obrigação da prefeitura e afirma que a falha da administração Kassab prejudicou cerca de 700 mil alunos da rede pública municipal.

Educação de SP-Situação precária

Ao ler o texto abaixo, veiculado hoje pelo Estadão.com, constatamos o que todos sabemos: o acesso à educação permanece como um direito que ainda não atingiu a universalidade dos brasileiros em idade escolar. Que dirá aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar na idade adequada e, por isso, não foram incluídos na pesquisa.

No entanto, não basta estender o acesso, é preciso melhorar a qualidade da educação oferecida aos estudantes, principalmente aqueles que estão matriculados em escolas públicas.

Não existe receita pronta, mas os especialistas destacam a importância da valorização dos docentes para se atingir esse objetivo. Na contramão do que os especialistas recomendam, o governo do Estado de São Paulo está em guerra judicial contra os professores que pedem apenas que seja cumprida a Lei do Piso, que determina que em 1/3 das horas-aula os professores possam realizar atividades extraclasses.

Além de não garantir educação pública de qualidade, o estado mais rico da nação não cumpre nem o dever de garantir o acesso de todos à educação. É o estado com o maior número de jovens não matriculados em nenhuma escola.

Leiam e reflitam


Pesquisa diz que 3,8 milhões de jovens estão fora da escola
Porém, entre 2000 e 2010, houve um aumento de 9,2% na taxa de acesso à escola, aponta estudo

Estudo feito pelo Movimento Todos pela Educação aponta que 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estavam fora da escola em 2010. Na década (2000-2010), entretanto, houve um aumento de 9,2% na taxa de acesso à escola, segundo o estudo De Olho nas Metas 2011, divulgado nesta terça-feira, 7.

A Região Norte registrou o maior aumento na frequência ao sistema de ensino, com crescimento de 14,2%, o que possibilitou o atendimento de 87,8% das crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos. A Região Sudeste teve o menor avanço na década, expansão de 8%. Ainda assim, é a parte do País com maior índice de jovens matriculados, 92,7%. No Brasil, a taxa de inclusão escolar chega a 91,5%.

Mesmo com o acréscimo nas taxas de frequência, o relatório aponta que o País não conseguiu superar a meta intermediária (de 93,4% de acesso) estabelecida para o ano de 2010.

Com o maior número de jovens em idade escolar (17,3 milhões), a Região Sudeste registra o maior número de crianças e adolescentes fora da escola (1,27 milhão). Desses, 607,2 mil estão no Estado de São Paulo, unidade da federação com maior número de jovens sem estudar. Porcentualmente, no entanto, apenas 7% dos paulistanos entre 4 e 17 anos não frequentam a escola.

Na Região Norte são 579,6 mil jovens que não estão estudando. O Acre é o Estado com a pior taxa de inclusão, 85%, o que representa 35 mil crianças e adolescentes fora do sistema de ensino.

As taxas de acesso à pré-escola permanecem em patamares muito mais baixos que os estabelecidos pelas metas. Crianças de 4 e 5 anos têm a menor taxa de atendimento (80,1%). Na Região Norte, apenas 69% das crianças que deveriam estar na pré-escola estão estudando.

O ensino médio também apresenta uma taxa de frequência menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3% estão inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. O menor percentual de acesso é registrado novamente no Norte (81,3%).

O estudo De Olho nas Metas é um relatório anual cujo intuito é acompanhar indicadores educacionais ligados às cinco metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos.

Pastoral da Juventude Estudantil debate educação pública

 


A Pastoral da Juventude Estudantil (PJE) realizou dois encontros nacionais entre 18 e 22 de janeiro, no Rio de Janeiro. No 2º Encontro Nacional de Referências Estaduais (Enares), os jovens estudantes debateram sobre a educação pública e refletiram sobre a organização da pastoral e seu Plano Trienal 2011-2013. No 8º Seminário Nacional de Assessores (SNA), jovens e adultos que acompanham o processo de formação dos estudantes se reuniram para debater e vivenciar o ministério da assessoria, seus projetos de vida e as principais dificuldades e questões sobre o acompanhamento.

Os participantes afirmam que foram dias marcantes de formação, de oração (com o Ofício Divino das Comunidades) e de celebração. As atividades marcam o início das comemorações e celebrações pelos 30 anos da PJE.

No dia 22, domingo, ocorreu o processo de substituição das instâncias nacionais da PJE (Secretaria Nacional, Equipe Nacional de Jovens e Equipe de Assessoria). A jovem Sarah Oliveira, do Rio de Janeiro, assumiu a Secretaria Nacional da PJE, em substituição a Monique Benevent, que esteve a serviço da secretaria nos últimos dois anos. Laíse Cavalcante (BA), Bruno Correia (RS) e Priscila Naves (SP) formam a nova Equipe Nacional de Jovens. O Irmão Fábio José (RN) foi eleito para se juntar a Simone Moreira (RS) e Celso Santos Jr. (SP) na Equipe Nacional de Assessores. A PJE ainda tem Ana Marcela Terra (RJ), como articuladora Nacional.


Fontes: PJE Nacional e Jovens Conectados

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Educação a Distância

Compartilho vídeo da Pós-Graduação de Implantação e Gestão do Ensino à Distância que iniciei na Universidade Federal Fluminense.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Campanha de solidariedade à comunidade do Pinheirinho

O Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo - SASP, juntamente com diversas organizações populares, está arrecadando doações para a população da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).

A comunidade sofreu um violento e desumano processo de desocupação no último dia 22, com mortes, centenas de feridos e seis mil pessoas que perderam suas casas e tudo que tinham.

As pessoas estão alojadas de forma precária pela prefeitura de São José dos Campos e necessitam de nossa solidariedade.

As principais necessidades são: roupas (adultas e infantis), fraldas descartáveis, leite, alimentos, absorventes.

Para doações e/ou mais informações: (11) 3105-2516 – falar com Fátima ou Pedro
Endereço: Rua da Abolição, 167, Centro – próx. à Câmara Municipal de São Paulo.

Especialistas em educação debatem Rio+20


Acesse aqui os artigos organizados pelo Grupo de Trabalho (GT) de Educação, desde 2011, como apoio para o Fórum Social Temático e a Cúpula dos Povos. O GT foi constituído por diferentes entidades da sociedade civil para intervir nos debates da Rio + 20.

Compõem o grupo o Conselho Internacional pela Educação de Adultos (ICAE), a Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), o Fórum Mundial de Educação (FME), o CEAAL (Conselho de Educação de Adultos de América Latina), a Jornada Internacional de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). 

Fonte: Observatório da Educação