Vida de professor não é fácil. Constantemente os professores indicam a leitura de artigos de jornais, filmes e outros mecanismos para seus alunos. É uma forma de atualizar o conteúdo, fazer com que a matéria esteja o mais conectada possível com o cotidiano do aluno.
Mas, ao ler o artigo “Velha mídia e representação da política”, ficamos com o pé atrás. O artigo reflete sobre a atuação da imprensa e as artimanhas que ela utiliza para fazer valer seu ponto de vista. Não deixem de ler. Ajuda muito na reflexão.
Aí pergunto: Será que vale mesmo à pena indicar a leitura/acompanhamento dos jornais e revistas? Acho que vale, mas vale também recomendarmos cuidado com o que se lê, mostrar que existe muita informação nas entrelinhas e que a imprensa defende o seu (dela) lado. Por isso, vale recomendar cautela com o que se lê nos jornais e revistas e se vê na TV. Não é porque o jornal/revista disse que é verdade. É preciso comparar as informações entre diferentes meios de comunicação e, mais importante ainda, procurar debater sobre o que se viu/leu para que haja uma intermediação mais apurada sobre o é dito pela imprensa.
Seguem abaixo os três primeiros parágrafos do artigo, mas vale à pena ler na íntegra. Para isso, acesse o link no título abaixo.
Emiliano José *
Há um evidente esforço político para desqualificar a política. O esforço parte de modo evidente da mídia brasileira. Melhor, da velha mídia – aquela oligarquia que há décadas tenta monopolizar o discurso no Brasil, participa de tentativas de golpe e de golpes, como os de 1954 ou o de 1964, torna-se conivente com os governos com os quais concorde, combate acidamente aqueles dos quais discorde, e sempre, aberta ou dissimuladamente, trava uma espécie de queda de braço com o Legislativo no sentido de representar o povo, sem que tenha um único voto para tanto.
Vivemos um momento curioso, com aspectos paradoxais. Um país que nos últimos anos, pela política, e sob o jogo aberto da democracia, promoveu transformações jamais vistas em nossa história, especialmente nas condições de vida do povo brasileiro, malgrado não tenhamos, por impossibilidade, ainda superado as tantas mazelas sociais que acumulamos durante séculos. Essa característica é sumariamente desconhecida pela velha mídia, e é destacada no exterior, para desespero de uns tantos colunistas absolutamente tomados pela visão neoliberal do mundo.
As manchetes, os lides, o corpo das matérias, reportagens, artigos das revistas, dos jornais e das emissoras de tevês revelam outro Brasil – aquele inteiramente tomado pela corrupção, como se verdadeiro fosse. Lembro-me de um conceito desenvolvido pelo professor Venício Lima (Cenário de Representação da Política) que cai como uma luva para a análise desse paradoxo. Diria que a velha mídia, tenta, a todo custo, compor um cenário de um país sem projeto, de um governo leniente com a corrupção, de um Legislativo inteiramente tomado por ladrões do dinheiro público, de executivos envolvidos todos com falcatruas, e por isso, fundamental seria as ruas serem invadidas por novos caras-pintadas contra esse monstro chamado corrupção.
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