sábado, 21 de janeiro de 2012

Nascimento da Luiza no programa da Plin Plin


Concordo que tanto o programa do canal Plin Plin, que me recuso a dizer o nome e colocar o link aqui, quanto o meme da Luiza são duas futilidades. Até hoje me recusei a postar qualquer coisa sobre ambos os assuntos. Não vejo o programa que até o Boni disse ser ruim e não peguei a onda do Canadá. Com certeza existem coisas mais sérias para serem tratadas neste país de desigualdades.

Mas, minha concordância com o Nascimento vai somente até aí. Uma coisa é eu manter minha chatice e me recusar a ver a “grande merda Brasil” e não reproduzir toda corrente que recebo (meme - outra definição). Outra coisa é eu chamar todo mundo que faz isso de idiota. Cada qual faz o que quer.
Mas, a liberdade incomoda quem está acostumado a mandar e ser obedecido sem que ninguém o retruque.

Quando o Lula assumiu o governo do Brasil e ousou fazer algo diferente daquilo que todos os “lambe-saco” dos States tinham feito até então, quando fingiram assumir o governo (na verdade mantiveram o mando nas mãos do Tio San), as pessoas o criticavam. “Como pode ir contra os Estados Unidos? Eles são os maiores compradores de nossos produtos.”

Estas mesmas pessoas têm posições diferentes para o mesmo tipo de manifestação de rua. Quando elas ocorrem nos países árabes, o povo está “clamando” por democracia. Se os governos tentam impedi-las, estão usando a força para manter a ditadura. Mas, quando a manifestação é a Ocupe Wall Street não se fala que o povo quer democracia, tampouco se diz que o governo está sendo antidemocrático quando tira à força os manifestantes da praça.

O que certas pessoas precisam entender é que cada vez mais a sociedade, em todo o mundo, está deixando de ser controlada pela TV e suas "manias" (espero). Está assumindo sua liberdade. Em que pese apenas estar havendo uma troca de "senhores" (da TV para a Internet), pelo menos pode haver uma ampliação do número dos "ditadores de pauta”. A velha mídia ainda é senhora e soberana do mundo da informação, mas a tendência é que haja uma divisão do poder, uma "democratização". Tem gente que está com medo.

Cabe aos educadores, tanto os responsáveis pela educação formal quanto os educadores populares e membros de movimentos sociais, repercutir essa reflexão e fazer todas as pessoas entenderem que elas são livres para pensar o que e como quiserem, sem a manipulação dos meios de comunicação, incluindo a Internet e suas redes sociais. Nesta reflexão, é preciso ficar claro que não existe imparcialidade nos meios de comunicação. Aliás, não existe imparcialidade em nada neste mundo. Todos, mesmo que instintivamente, “puxam a sardinha” para seu lado. Por isso, não podemos ler ou ver alguma coisa e tomar aquilo como se fosse verdade absoluta e incontestável. Precisamos sempre ouvir o outro lado, olhar por outro ângulo.

2 comentários:

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  2. A questão da "democratização" da comunicação e o aumento dos "ditadores de pauta" realmente incomodam quem há muito tempo teve o controle daquilo que fala, sendo como uma "verdade absoluta".

    O principal problema dos últimos acontecimentos é realmente o fato da televisão não conseguir acompanhar e tratar de forma adequada fenômenos da internet. Os dois casos citados ilustram bem isso: o que surge na TV pode, ou não, ganhar grande repercussão e destaque graças à internet e as redes sociais. Já o processo contrário não tem a mesma eficácia. Basta ver que o meme da Luiza perdeu a "graça" e deixou de ser destaque a partir do momento que ela voltou para o Brasil e apareceu na televisão.

    Infelizmente a televisão, como outros meios de comunicação considerados "tradicionais" ainda não entenderam essa dinâmica e o comentário do Nascimento acabou virando piada na rede.

    A questão de fatos como esses ganharem destaque na internet não quer dizer que as pessoas que o fazem são mais ou menos inteligentes. Apenas são ondas que passam, assim como assuntos importantes que ganham enorme destaque da mídia, mas que com o tempo acabam caindo no esquecimento, mesmo que os problemas não tenham sido totalmente resolvidos (vide o caso das enchentes que ganham destaque todo ano, mas somente nessa época do ano).

    Cada ferramenta tem a sua utilidade. Cada um deve assistir aquilo que interesse, como também se divertir com aquilo que lhe é conveniente. Isso é o mais importante: a liberdade de escolha.

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