Comissão do Senado analisa PNE nesta terça
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) volta a analisar nesta terça-feira (21) o Plano Nacional de Educação (PNE). A votação estava marcada para o último dia 14, mas foi adiada após senadores pedirem mais tempo para avaliar a proposta (vista coletiva).
Previsto no Projeto
de Lei da Câmara (PLC) 103/2012,
o PNE destina ao menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para políticas
educacionais e estabelece uma série de obrigações para serem cumpridas nos
próximos dez anos.
Entre as 20 metas
originalmente estabelecidas, estão: alfabetizar todas as crianças até, no
máximo, os oito anos de idade; erradicar o analfabetismo absoluto; reduzir o
analfabetismo funcional; oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas
públicas de ensino básico; e aumentar o número de professores da educação
básica com nível de pós-graduação lato
e stricto sensu.
Na CAE, o relator da
matéria é o senador José Pimentel (PT-CE), que tentou resolver o problema da
falta de adequação financeira e orçamentária da meta de aplicar 10% do PIB na
educação. A solução encontrada pelo relator foi incorporar ao PNE parte das
disposições do Projeto de Lei 5.500/2013,
da presidente da República, Dilma Rousseff, em tramitação na Câmara, que
destina 100% dos royalties do petróleo para a educação e mais 50% do Fundo
Social do petróleo extraído da camada pré-sal. José Pimentel quer vincular à
educação todos os royalties do petróleo dos novos contratos de exploração
celebrados a partir de 3 de dezembro do ano passado.
- Ao adotar a
decisão pelos 10% do PIB para a educação pública, a Câmara transferiu a esta
Casa o ônus da descoberta das fontes de novos recursos. A ampliação da meta
representa um aumento considerável já que, em 2011, o gasto foi de 6,1% -
explica José Pimentel em seu relatório.
Alfabetização
Outra mudança
proposta pelo relator é relacionada à universalização da alfabetização.
Inicialmente, o governo propôs a idade máxima de oito anos. Na Câmara, o
critério foi mudado para até o fim do terceiro ano do ensino fundamental.
Agora, Pimentel propõe etapas: aos oito anos de idade e até o terceiro ano do
ensino fundamental na primeira metade da vigência do plano; aos sete anos, no
período compreendido entre o sexto e o nono anos de execução do plano; e ao fim
dos seis anos de idade, no décimo ano de vigência do PNE.
Tramitação
O PNE foi enviado
pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010 e só passou pela
Câmara quase dois anos depois, em outubro de 2012, após ter recebido quase 3
mil emendas.
A proposta inicial
do governo era destinar 7% do PIB ao setor educacional, mas os deputados
fixaram este índice como meta intermediária, a ser alcançada no quarto ano de
vigência do PNE. Ao fim do plano, o percentual deve chegar a 10%, no mínimo.
No Senado, já foram
realizadas duas audiências públicas sobre o tema. Além da CAE, onde recebeu 80
emendas, o projeto será analisado nas comissões de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), antes de ser votado em
Plenário.
A reunião da CAE
desta terça-feira será às 10h na Sala 19 da Ala Alexandre Costa e pode ser
acompanhada pela TV Senado.
Confira aqui
a íntegra do relatório do senador José Pimentel.
Entenda o PNE
O plano original
enviado pelo Executivo à Câmara está estruturado em duas partes: um texto
legal, composto de 14 artigos, sendo o último reservado à cláusula de vigência;
e um anexo constituído de 20 metas, desdobradas em 229 estratégias. Durante a
tramitação na Câmara, foram agregadas 59 estratégias à proposta, e algumas das
metas da proposta original foram reformuladas.
•Erradicação do
analfabetismo;
•Melhoria da
qualidade da educação;
•Universalização do
atendimento escolar;
•Valorização dos
profissionais da educação;
•Promoção do
princípio da gestão democrática na educação pública;
•Estabelecimento de
meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do PIB, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade.
Algumas diretrizes previstas no PNE
• Erradicação do
analfabetismo;
• Melhoria da
qualidade da educação;
• Universalização do
atendimento escolar;
• Valorização dos
profissionais da educação;
• Promoção do
princípio da gestão democrática na educação pública;
• Estabelecimento de
meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do PIB, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade.
Algumas metas previstas no PNE:
• Ampliar o
investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo, o equivalente a
10% do PIB ao fim do decênio;
• Elevar a taxa de
alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o fim
vigência do Plano, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa
de analfabetismo funcional;
• Triplicar as
matrículas da educação profissional técnica de nível médio;
• Ampliar a
proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no ensino
superior para 75%;
• Elevar
gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000
mestres e 25.000 doutores;
• Garantir que, até
o último ano de vigência do PNE, 80% dos professores que atuam na educação
básica tenham concluído curso de pós-graduação stricto ou lato sensu em
sua área de atuação;
• Oferecer, no
mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à
educação profissional nos ensinos fundamental e médio;
• Universalizar, até
2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos e
ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo,
50% das crianças de até 3 anos até o fim da vigência do PNE;
• Oferecer educação
em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender,
pelo menos, 25% dos alunos da educação básica;
• Elevar a escolaridade
média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de
estudo no último ano de vigência do Plano Nacional de Educação para as
populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais
pobres. Igualar a escolaridade média entre negros e não negros.
Fonte: Agência Senado
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