domingo, 12 de fevereiro de 2012

O exemplo da educação cubana

A professora e jornalista Luciana Veira, minha amiga desde a época da faculdade, me mandou o link de uma entrevista com o economista e pesquisador estadunidense Martin Carnoy, publicada na Nova Escola. Excelente!

Fala sobre uma pesquisa dele que aponta os possíveis motivos que fazem com que a educação de Cuba obtenha os melhores resultados nas provas de avaliação internacionais.

Seguem abaixo algumas partes da entrevista, mas vale à pena lê-la na íntegra. O link segue no final desta postagem. Os grifos são meus.

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"Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção."

“...na ilha, elas (as aulas) são mais focadas na aprendizagem do que nos outros dois países.”

“... no Chile e no Brasil despende-se o dobro dos minutos em transições de atividades ou interrupções, como pedidos de silêncio. Isso indica que a prática cubana é mais eficiente, mas também pode ter a ver com o tamanho médio das turmas. Em Cuba, as classes que analisamos tinham em média 17,9 crianças, enquanto nas brasileiras havia 27,9, e nas chilenas, 37,1.”

“... questões [...] mais complexas, que exigem a explicação do raciocínio usado [...] Em Cuba, perguntas desse último tipo aparecem em 55% das aulas. Percebi que no Brasil o mesmo não ocorre. Aqui, predominam as perguntas repetitivas, geralmente respondidas em coro [...] Também há pouca discussão sobre os equívocos. Quando alguém comete um erro, o educador geralmente apaga e chama outro para o quadro. Seria muito mais produtivo perguntar: "Onde está o problema? Por que a solução está incorreta?" Do contrário, ninguém entenderá onde errou.”

“No Brasil, os livros didáticos são abrangentes, mas pouco profundos [...]. Na maioria das vezes, ele (o professor) não consegue apresentar todo o conteúdo trazido pelo material. Em Cuba, há menos variedade de temas, mas cada assunto é explorado detalhadamente e com mais exercícios. O resultado é que no Brasil é bem menor a exigência em termos de habilidades cognitivas.”

“... a garantia de condições de saúde e de segurança e o combate ao trabalho infantil, que também são essenciais à aprendizagem.”

“Por enquanto, (em Cuba) quem se sai bem no Ensino Médio ainda é atraído para o Magistério, considerado uma profissão de relativo prestígio. No Brasil, é preciso recuperar o salário do setor para que ele se equipare ao de outras ocupações de nível superior e atraia os melhores. O Chile deu um passo importante: nos últimos 13 anos, triplicou o salário dos docentes. Como resultado, a nota mínima para ingresso nas faculdades de Educação subiu até 10% entre 1998 e 2001.”

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