Em pleno Dia
Internacional das Mulheres a imprensa traz até nós a informação de que uma
prefeitura que se diz defensora dos direitos das mulheres e apoiadora da luta
pela não discriminação de gênero, apresentou um projeto de aumento salarial que
prevê que as professoras (mulheres) tenham que trabalhar por mais três anos
após o tempo mínimo de aposentadoria para receber um adicional de 13% sobre o
salário. Segundo a imprensa, o projeto é o mesmo que havia sido apresentado
pelo Kassab (o prefeito que ama a educação e a categoria – sic).
Mesmo que a
imprensa esteja, mais uma vez, sendo oportunista, para não dizer
sensacionalista (segundo os próprios textos da Folha, o projeto foi apresentado
no início do ano, mas somente agora tiveram destaque na mídia), é bom para
refletirmos sobre a prioridade que a prefeitura terá (lembrando que o prefeito foi
ministro da Educação).
O projeto fixa que se trabalhe pelo menos 28 anos para que se receba o adicional, independentemente de o profissional ser do sexo feminino ou masculino. Para os homens, que têm que trabalhar ao menos 30 anos é um benefício certo. Para as mulheres, cujo tempo mínimo de trabalho é de 25 anos, é apenas um “estímulo” para que elas trabalhem pelo menos mais três anos (se quiserem receber o benefício).
Essa é a
igualdade de gêneros pregada pela prefeitura de São Paulo? Igualdade apenas na
idade fixada para o recebimento do acréscimo no salário, mas completa desigualdade
para a concessão do benefício. Os homens (professores, que são uma parcela
mínima no ensino municipal) continuam sendo os beneficiados, as mulheres
precisam se esforçar mais um pouco.
Leiam textos da Folha sobre esse assunto.
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