quinta-feira, 14 de março de 2013

Ensino fundamental piora no Estado de São Paulo


O ensino básico da rede estadual de São Paulo piorou nos anos finais do ensino fundamental (de 6.º ao 9.º ano). Dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2012, divulgados na sexta-feira (09) à noite, ainda mostram avanços no 5.º ano.

As notas se referem ao desempenho do 5.º e 9.º ano em matemática e língua portuguesa do Saresp - avaliação anual da rede. A Secretaria de Educação também calcula um índice, o Idesp, que leva em conta as taxas de reprovação e abandono. O Idesp teve queda no 9.º ano.

No 5º ano do fundamental, as notas ficaram em 197,6 em língua portuguesa e 207,6 em matemática. Mas a situação mais grave está nos anos finais, com piora nas duas disciplinas.

A média em português caiu para 227,8 em 2012 - em uma escala que vai a 500. É a menor desde 2008. Na divisão por níveis de proficiência, a situação é também ruim: O porcentual de alunos abaixo do básico aumentou meio ponto e chegou a 28,5%. Além disso, caiu o porcentual de alunos com conhecimento adequado (de 15,2% para 14%) e avançado (de 1,8% para 1,6%).

Em matemática, o 9.º ano teve nota 242,3, com uma queda de 2,9 pontos em relação a 2011. A proporção de estudantes com nível abaixo do básico na disciplina aumentou, saltando 33,8% para 36,6%. Somente 9,1% sabem o adequado e 1% estão avançados.

O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que os resultados refletem um problema conhecido. "Precisamos focar em questões como formação continuada dos professores e gestão escolar mais participativa que inclua a família na escola." Segundo a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, há um problema estrutural no fim do fundamental. "Essa fase continua sendo um nó invisível da educação. A própria transição para o ciclo 2 tem problemas."

Enquanto as avaliações são vistas como diagnósticas, não faltam críticas ao não aproveitamento dos resultados. "O governo não encara o Saresp como um meio capaz de produzir ações efetivas", diz Nilson José Machado, professor da faculdade de Educação da USP. "Além de não termos uma continuidade das políticas de educação, apesar da manutenção do mesmo partido no governo, não há boas condições de trabalho para o professor da rede pública."

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