quinta-feira, 4 de abril de 2013

“A busca” e relacionamento entre pais e filhos

O texto abaixo é de autoria da professora Lígia Pacheco. Ela o publicou no blog FILHOsofar: Educação entre pais e filhos. Os seguidores deste blog sabem que sou super fã dela e do trabalho que ela realiza.

No texto, mais do que recomendar o filme “A busca”, ela nos faz refletir sobre a falta de atenção mútua nas relações entre pais e filhos. Não “se aproveitam” quando estão perto e depois querem “se buscar” quando estão distantes.

Muitas vezes, esta falta de relacionamento entre pais e filhos acaba estourando nas salas de aula. Sem contar que existem muitos pais que cobram dos professores uma educação que deveria ser dada por eles mesmos.


SERÁ QUE CONHEÇO MEU FILHO?


Assisti esta semana o filme “A busca”, dirigido por Luciano Moura e protagonizado por Wagner Moura que me fez refletir o quanto (des)conhecemos os filhos e o que é preciso para conhecê-los melhor. O longa é um triller dramático. O casal vive uma crise conjugal, o pai é bem austero e controlador e o filho que está prestes a completar 15 anos sai em viagem, mas não volta. O pai em desespero sai em sua busca e percorre uma longa jornada atrás das pistas deixadas, encontrando várias lições de relações humanas, e da relação entre pai e filho. Há muitas cenas especiais, mas vou citar apenas uma para não estragar o filme de quem ainda não assistiu. O pai mostra uma fotografia 3X4 do filho a um barqueiro que havia estado com o menino dias antes. O homem em sua simplicidade diz algo como: “O rapaz que esteve aqui é muito diferente deste menino aí.” A foto era do garoto com seus 5-6 anos, enquanto ele já estava fazendo 15! E pensei: Quantas vezes não enxergamos que os filhos cresceram com seus sonhos e desejos! “Olha pra mim” dizia uma das músicas da trilha sonora. Arnaldo Antunes deixou seu recado. E, foi mesmo lindo perceber a aprendizagem do pai nesta jornada, conhecendo o filho através do seu rastro, como também a si próprio. Foi visível a sua transformação, e fácil perceber que o resgate do filho, acaba sendo um resgate dele próprio. Saí do cinema reflexiva, pensando em minhas filhas, em mim e com uma certeza: Só é possível conhecer o outro, conhecer o filho, quando nos dispomos a conhecer, primeira e verdadeiramente, a nós mesmos. Vamos lá?

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