O texto abaixo é
de autoria da professora Lígia Pacheco. Ela o
publicou no blog FILHOsofar: Educação entre pais e filhos. Os seguidores deste blog sabem que sou
super fã dela e do trabalho que ela realiza.
No texto, mais do
que recomendar o filme “A busca”, ela nos faz refletir sobre a falta de atenção
mútua nas relações entre pais e filhos. Não “se aproveitam” quando estão perto
e depois querem “se buscar” quando estão distantes.
Muitas vezes, esta
falta de relacionamento entre pais e filhos acaba estourando nas salas de aula.
Sem contar que existem muitos pais que cobram dos professores uma educação que
deveria ser dada por eles mesmos.
SERÁ QUE CONHEÇO
MEU FILHO?
Assisti esta
semana o filme “A busca”, dirigido por Luciano Moura e protagonizado por Wagner
Moura que me fez refletir o quanto (des)conhecemos os filhos e o que é preciso
para conhecê-los melhor. O longa é um triller dramático. O casal vive uma crise
conjugal, o pai é bem austero e controlador e o filho que está prestes a
completar 15 anos sai em viagem, mas não volta. O pai em desespero sai em sua
busca e percorre uma longa jornada atrás das pistas deixadas, encontrando
várias lições de relações humanas, e da relação entre pai e filho. Há muitas
cenas especiais, mas vou citar apenas uma para não estragar o filme de quem
ainda não assistiu. O pai mostra uma fotografia 3X4 do filho a um barqueiro que
havia estado com o menino dias antes. O homem em sua simplicidade diz algo
como: “O rapaz que esteve aqui é muito diferente deste menino aí.” A foto era
do garoto com seus 5-6 anos, enquanto ele já estava fazendo 15! E pensei:
Quantas vezes não enxergamos que os filhos cresceram com seus sonhos e desejos!
“Olha pra mim” dizia uma das músicas da trilha sonora. Arnaldo Antunes deixou
seu recado. E, foi mesmo lindo perceber a aprendizagem do pai nesta jornada,
conhecendo o filho através do seu rastro, como também a si próprio. Foi visível
a sua transformação, e fácil perceber que o resgate do filho, acaba sendo um
resgate dele próprio. Saí do cinema reflexiva, pensando em minhas filhas, em
mim e com uma certeza: Só é possível conhecer o outro, conhecer o filho, quando
nos dispomos a conhecer, primeira e verdadeiramente, a nós mesmos. Vamos lá?
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