Quarenta por cento
dos ingressos para espetáculos culturais e esportivos do país serão
obrigatoriamente reservados para estudantes e jovens pobres. O benefício foi
assegurado hoje (16) pelos senadores que aprovaram o Estatuto da Juventude.
Eles conseguiram contornar as divergências que atrasavam a apreciação do texto
que reúne um conjunto de direitos às pessoas entre 15 e 29 anos que vivem no
país. O direito à meia-entrada, com uma reserva clara de lugares, era um dos
pontos mais polêmicos da proposta.
“O fundamental do
Estatuto da Juventude é que ele é uma declaração de direitos para a juventude
brasileira e não pode ser aceita a restrição a esses direitos. Quero confiar
que com a regulamentação [que deverá ser elaborada pelo governo para assegurar
essa cota] não seja cedido 1 milímetro sequer”, disse o senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP), um dos relatores do projeto de lei complementar.
Os ingressos para
eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos
Olímpicos de 2016, que têm leis específicas, não estão enquadrados nas regras
do estatuto e vão depender da decisão dos órgãos responsáveis como a Federação
Internacional de Futebol (Fifa). Esse foi um dos maiores impasses suplantados
pelos senadores nas negociações para a aprovação da proposta e das emendas
apresentadas.
As novas regras
também permitirão aos jovens que comprovarem renda familiar até dois salários
mínimos direito a duas vagas gratuitas em ônibus interestaduais e mais dois
lugares com desconto de 50%. “Obviamente que é um direito que estamos
assegurando e o sistema de transporte vai se ajustar para garantir esse
direito”, disse Randolfe.
Para o senador
Paulo Paim (PT-RS), que também foi relator da proposta, não será difícil
garantir o cumprimento da regra. “A mesma redação eu coloquei no Estatuto do
Idoso. Não deu problema, e a própria empresa assimilou [os custos]. E essa
moçada vai fiscalizar e denunciar. [Quem não cumprir], vai pagar multas que são
100 vezes o valor das duas passagens”, declarou Paim.
O texto tramita há quase dez anos no Congresso Nacional. A primeira proposta foi aprovado na Câmara dos Deputados em outubro de 2011 e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, há dois meses.
O texto tramita há quase dez anos no Congresso Nacional. A primeira proposta foi aprovado na Câmara dos Deputados em outubro de 2011 e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, há dois meses.
O texto define
outras garantias nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer, mobilidade e
acesso à Justiça para mais de 70 milhões de brasileiros. Um dos pontos de
consenso prevê a ampliação da oferta de bolsa de estudo em instituições
privadas e financiamento estudantil. O projeto agora vai para a Câmara. Se
aprovado pelos deputados, os benefícios previstos no documento ainda precisam
ser regulamentados.
Segundo Angela
Cristina Santos Guimarães, presidenta do Conselho Nacional de Juventude, a
aprovação do texto marca um momento histórico para os jovens do país. “Vivemos
décadas em que os jovens eram sequer levado em consideração pelo Estado
brasileiro e a juventude é um segmento estratégico para o desenvolvimento do
país. Tem direitos concretos garantidos aí”, disse.
Fonte: Rede Brasil Atual
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