A mobilização pela valorização dos professores, que
marca a 11° Semana de Ação Mundial entre os dias 21 e 28 deste mês, conseguiu
apoio no Congresso Nacional para a instalação de uma Comissão Mista de
Fiscalização e Acompanhamento de Políticas Públicas que terá a educação como
primeiro item da pauta.
Integrantes de movimentos sociais da área de
educação ouviram o compromisso de instalação da comissão dos presidentes do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Renan Calheiros declarou também que irá cuidar pessoalmente do
calendário de discussão e votação do Plano Nacional de Educação (PNE), que está
no Senado.
A mobilização da Semana de Ação Mundial busca a
valorização dos profissionais da educação com melhores salários por meio do
cumprimento efetivo do piso nacional do magistério, implantação de planos de
carreira, melhores condições de trabalho, o que inclui estrutura das escolas e
material didático e formação continuada dos professores.
Para a coordenadora executiva da Campanha Nacional
pelo Direito à Educação, Iracema Nascimento, há um tripé que é fundamental para
alcançar a valorização dos professores. “Acreditamos que os professores e
demais profissionais são elemento fundamental para o direito constitucional de
educação de qualidade no país. Sem o tripé formação continuada, remuneração e
plano de cargo e carreira, e reconhecimento social, os profissionais não
conseguem desempenhar seu papel no direito à educação”, disse.
Na avaliação de Iracema, é preciso que haja uma
valorização social do magistério para fortalecer a profissionalização e acabar
com a imagem de que ser professor é um sacerdócio. A ideia reflete o tema da
semana que este ano é Nem Herói, Nem Culpado. Professores têm de Ser
Valorizado!
“No Brasil, há algumas décadas, vem se consolidando
a visão que o oficio é um sacerdócio, um ato de heroísmo. Não é isso, é
profissional, é preciso de formação para exercer a profissão. Atuar por amor,
missão, essa visão vem sendo muito divulgada pela imprensa, professores que
tiram salário para dar livros”, disse Iracema.
Para implementar as reivindicações apresentadas
durante a semana de mobilização, as organizações participantes apontam que é
preciso ampliar o financiamento público, com gestão eficiente, controle e
participação. Cálculos feitos pela organização não governamental Campanha
Nacional pelo Direito à Educação apontam que para melhorar a qualidade da
educação seria necessário investir na área R$ 457,9 bilhões, o que equivale a
10,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, o Brasil investe na educação
pública cerca de R$ 233,4 bilhões, o que representa 5,3% do PIB.
A 11ª Semana de Ação Mundial é uma iniciativa da
Campanha Global pela Educação para buscar que os governos cumpram acordos
internacionais na área. No Brasil, a semana é coordenada pela Campanha Nacional
pelo Direito à Educação em parceria com diversas organizações como a Unicef,
Rede Vozes da Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime) e outros.
Fonte: Agência Brasil
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